Mulheres que se tornam “a outra” nem sempre fazem uma opção consciente e acabam em um relacionamento cheio de limitações
A personagem Natalie (Deborah Secco), da novela Insensato Coração, tinha como uma de suas regras nunca se envolver com homem casado. Não demora muito, ela se vê exatamente nesta posição. Natalie vira amante de um empresário bem sucedido e ainda é sustentada pelo homem comprometido. Será que apenas na ficção mulheres que nunca pensaram em ser “a outra” acabam nesta situação?
Foto: TV Globo/João Miguel Junior Ampliar
Natalie nunca quis ser amante, mas não resistiu a empresário bem sucedido
Num relacionamento longo e há algum tempo sem grandes novidades, a comerciante Débora, que prefere não relevar o sobrenome, 32 anos, começou um caso com um parceiro que conheceu no tatame onde treinava, também numa fase de marasmo no casamento. “Quando ficamos juntos de fato, eu só pensava em ‘viver aquele momento intensamente’ e me livrar dele o mais rápido possível”, diz. Não foi o que aconteceu. O caso se estendeu e, quando Débora se deu conta, ela tinha virado amante. “Amor não se escolhe, não é um processo racional”, reflete.
Depois de seis meses, a falta de liberdade e necessidade de manter o relacionamento em segredo minou as chances da relação vingar. “Ficou uma decepção pelo desfecho sem ‘happy-end’, com uma derrubada geral na autoestima. Você começa a fazer de tudo para se encontrar e se encaixar na vida da pessoa. Só encontrá-la durante a semana e nunca à noite – parece coisa de prostituta, né? Começa a se anular, se humilhar.” Mas ela não se arrepende. “Foi uma das histórias mais lindas da minha vida, mesmo com toda dor”, afirma. Ela diz que, por tudo que passou nesse relacionamento, aprendeu a não julgar histórias tortas de amor. O ex-amante continua com a esposa, e ela está separada. “Para mim, era impossível estar com um e apaixonada por outro”, conta a comerciante.
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