o, a mulher não deve se sentir pressionada para retomar sua vida sexual, mas, quando o momento chegar, vale contar com algumas dicas

Ter filhos, por mais planejado e esperado que possa ser, acaba afetando a vida sexual da mulher de formas inesperadas. Desde diminuição da libido até dor durante a penetração, vale se preparar para esse momento com algumas dicas de sexo simples, mas que vão muito além de somente a necessidade de agradar o parceiro.

Com algumas dicas de sexo simples, não há motivo para a maternidade atrapalhar a vida sexual da mulher
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Com algumas dicas de sexo simples, não há motivo para a maternidade atrapalhar a vida sexual da mulher

Em primeiro lugar, é importante pontuar que não existe tempo para a mulher voltar a fazer sexo, até porque, a libido tende a diminuir muito nesse momento. O parceiro não deve pressioná-la a nada e, quando a mulher sentir vontade e que chegou o momento de tentar, ela deve se sentir tranquila e acolhida. É nesse sentido que entram as dicas de sexo , para quando ela estiver pronta.

Além da questão física e hormonal, de não sentir vontade, “a razão de vida emocionalmente da mulher naquele momento é o filho, então principalmente o marido ou companheiro tem que entender que ela não vai sentir tanto tesão quanto sentia, naquele momento, porque depois volta”, pondera a sexóloga Thais Plaza.

Vale lembrar que no puerpério, isto é, período pós-parto , os médicos recomendam 40 dias de abstinência de penetração para que o corpo da mulher elimine os resíduos secundários da gravidez.

4 dicas de sexo

Não encare as dicas de sexo como pressão para voltar a ter relações, mas como uma ajuda para quando chegar a hora
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Não encare as dicas de sexo como pressão para voltar a ter relações, mas como uma ajuda para quando chegar a hora

Sabendo disso, confira a seguir as dicas de sexo da especialista para que cada mulher retome, no seu tempo e com vontade, sua vida sexual .

» Largue mão da obrigatoriedade

Para que o sexo seja prazeroso, ele não pode ser obrigatório. Sem falar que a pressão de ter que voltar a transar dificultará ainda mais sentir desejo pelo parceiro e querer fazer sexo. “Se ela não tem vontade naquele momento ou não quer ir até a penetração, por exemplo, porque vai ter uma secura vaginal, ela tem que fazer o que quiser”.

Por isso, a primeira das dicas de sexo nesse momento é ir com calma. “Vá pelo caminho do afeto, das preliminares e aí vai estimulando outras sensações, outras zonas erógenas, porque o sexo não é só a penetração. E todo esse outro lado é tão importante quanto e pode ser muito prazeroso”, reforça Thais.

» Inclua um lubrificante na rotina

No período do puerpério, mesmo o que sucede os 40 dias, a secura vaginal é algo extremamente comum e tende a perdurar por um tempo. A lubrificação natural retorna aos poucos, junto com a libido e a menstruação. É por isso que a sexóloga recomenda ter um lubrificante – sempre à base de água – sempre a postos.

E vale usá-lo com frequência, não só na hora do sexo, justamente para combater a secura! Mas no momento da relação ele é ainda mais importante, já que a penetração pode provocar dor ou mesmo machucar o canal vaginal se ele estiver seco.

» Conecte-se com seu parceiro

No momento de retomada da vida sexual, em que a mulher, além de sentir menos desejo , muitas vezes está com a autoestima baixa, sentindo-se insegura com relação ao próprio corpo – que ainda está passando por muitas mudanças -, cansada física e emocionalmente, conexão com o parceiro é tudo.

“Agora tem uma criança entre o casal que demanda uma atenção especial, então a conexão é necessária para que o momento íntimo não se torne algo mecânico, centrado na penetração, mas focado no afeto, carinho e troca”, argumenta Thais. A intenção com isso é que o homem valorize a parceira que acabou de dar a luz e que está num momento sensível e de estresse físico e emocional.

“Melhor do que a penetração é o casal se acariciar e se beijar, porque isso, essa conexão, compreensão e afeto um com o outro, também vai impactar a vida dos filhos de forma positiva”, defende.

E a conexão e o apoio não se limitam só ao momento íntimo, sendo muito mais do que uma das simples dicas de sexo, como diz a sexóloga. O homem deve ser companheiro em todos os momentos. “Não para ser alguém que ajuda, é para ser alguém que faça parte integral do processo de cuidar da criança – que também é dele! Ele tem que ter empatia, se colocar no lugar da parceira. Muito mais do que dizer que ela está linda – que também é importante – ele deve ser afetuoso e prestativo. Tudo bem, não consegue amamentar? Mas pode trocar uma fralda, ficar com o bebê enquanto ela tira um tempo para tomar um banho mais demorado, por exemplo, pode fazer a comida…”, sugere.

Para chegar a esse ponto, conversas sinceras são muito importantes. Vale a mulher tentar transmitir ao parceiro como se sente nesse momento de mudanças, compartilhar suas inseguranças, pedir ajuda, se necessário, e falar sobre suas vontades e desejos – não só no sexo. Aliás, essa conversa pode acontecer já durante a gravidez, quando ainda não haverá a preocupação com o bebê, para preparar o casal ao que está por vir.

» Naturalize fluidos corporais e não tenha vergonha

Com tudo que está acontecendo com o corpo da mulher, é natural que eventualmente ocorram sangramentos pelo canal vaginal e que vaze leite dos seios, e é importante levar esses incidentes com naturalidade.

“Quanto mais a mulher naturalizar essas coisas, naturalizar ter que parar a relação para passar mais lubrificante, por exemplo, ou sangramentos e vazamentos, mais ela vai conseguir passar isso para o parceiro”, diz Thais.

Segundo a sexóloga, o problema é que a mulher muitas vezes não enxerga esses “desconfortos” como naturais, se constrange, não se sente bem, nem sabe como falar sobre o que está acontecendo para o companheiro. “Aqui é bater um papo com o marido sobre o que pode ou não acontecer durante o sexo, levando isso numa boa e com bom humor, caso aconteça. E, claro, sempre tendo cuidado e carinho”