Papa aluga praia particular na Itália para visitação de pessoas com deficiência

 Raros personagens do cenário global contemporâneo conseguem ser unânimes. Ouso dizer que o Papa Francisco é um deles, apesar da crise moral que afeta a Igreja Católica há décadas. Ao longo de seu ainda curto papado, o pontífice tem adotado posições em favor do bem universal que extrapolam qualquer dogma ou doutrina religiosa. E segue surpreendendo muita gente com suas atitudes.

Vejamos a notícia que acaba de chegar da Itália. Segundo a rede de TV “CNN”, o Papa Francisco acaba de fazer uma doação de valor não revelado à ONG Opera D’Amore (ou “Trabalho de Amor”, em tradução literal), que viabilizará o aluguel de uma praia particular adaptada para deficientes ao longo de um ano, a partir deste mês de maio. Dessa forma, sem gastar um tostão, inúmeras famílias conseguirão proporcionar a seus entes queridos uma experiência valiosíssima.

Quem já conviveu com cadeirantes ou pessoas com severas limitações físicas sabe o quanto conquistas como essa podem ser importantes. O simples prazer de frequentar uma praia e mergulhar nas águas do mar pode ser capaz, inclusive, de desencadear evoluções importantes no tratamento de alguns males.

Localizada a cerca de 30 quilômetros ao sul de Roma, a praia de La Madonnina (“Pequena Nossa Senhora”) tornou-se um exemplo de inclusão em 2012. Desde então, a organização Opera D’Amore administra ali dependências totalmente adaptadas, com rampas de acesso, cadeiras de rodas flutuantes e outros acessórios aquáticos para portadores de deficiências motoras.

Nadadores paralímpicos italianos estão entre os voluntários especialmente treinados para atender os visitantes.

Na semana passada, o Papa Francisco fez uma aparição de surpresa em um evento do TED (organização que organiza palestras sobre diversas áreas do conhecimento) e compartilhou algumas de suas visões sobre o mundo. E uma de suas colocações resume muitas das intenções por trás dos seus gestos: “Seria maravilhoso que, ao mesmo tempo em que buscamos planetas distantes, redescobríssemos as necessidades dos irmãos e irmãs que orbitam ao nosso redor.” O recado está dado.