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A I N V E J A (Prof. Marcos Bacalháo)

           

    “ A inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia”    (Cícero)

 marcos baclhao

 

            A inveja é um sentimento intrigante. Apesar de todos nós o experimentarmos, ninguém gosta de reconhecer quando está sentindo.Afinal, é um sentimento controverso: indica que algo positivo desperta algo negativo.                 Vamos fazer uma comparação de uma conversa entre pessoas, que estão jogando para fora. Do nada, alguém começar a falar das coisas boas que estão lhe acontecendo. Quantos rostos e mentes diferentes surgem naquele momento! Poucos expressam interesse real e se regozijam com sinceridade. A maioria irá sentir inveja, mesmo que não se dê conta…

            Alguns expressam sua inveja com brincadeiras de “ mau gosto “. Outros, calados, costumam pensar: “”Como ele é exibido e gosta de contar vantagens!Já aqueles que não conseguem conter o ardor da inveja a queimar o seu interior, passam a criticá-lo, com a  intenção de depreciar abertamente a sua boa sorte. Há ainda aqueles que pensam a dar conselhos para ajudar aquela pessoa de sucesso a garantir o seu triunfo.

            O clima pesa, pois não há mais empatia entre pessoas. Provavelmente, muda-se de assunto. Pois a essa altura da conversa todos estão sofrendo: quem contou sente-se só e arrependido.      Quem escutou, agora sente-se incomodado, inquieto e talvez nem saiba porquê. A inveja é destrutiva, tanto  para quem a sente quanto para quem a recebe. Quem já não vivenciou  um mal-entendido quando alguém resolveu dar boas notícias ! O senso comum, concorda que é melhor se precaver: Inveja traz mau-olhado. Quando estamos vivemos uma situação muito boa é melhor calar.

            O olho-gordo é um nome popular para a inveja. Pois quando o invejado torna para si as projeções negativas do invejoso, acaba por concentrá-las. Este crônica que evoca a inveja é sempre alguma coisa que poderia revelar o que está faltando na personalidade daquele que a sente. É como se o invejoso falasse em voz alta algo que o invejado não gostaria que jamais viesse à tona. Neste sentido, para não se deixar contaminar pelo veneno do invejoso, o invejado deve observar com honestidade sua reação frente ao ataque do invejoso. Se ele estiver livre das questões expostas pelo invejoso, sua clareza de intenção irá protegê-lo do possível ataque do olho-gordo.

            Quando somos criticados por avaliações contaminadas pela inveja, podemos nos sentir injustiçados e vulneráveis frente ao ataque externo. Neste momento, é bom lembrar que é praticamente impossível ser compreendido por todos, assim como é invejável agradar a gregos e troianos. O importante é mantermos o foco em nossas metas para não nos contaminarmos pela inveja alheia, pois ela sempre estará presente, de uma forma ou de outra.

            A inveja surge através de sentimento de que somos incapazes de viver nossos próprios sonhos, de alcançar nossas metas e realizarmo-nos. Por isso, o exemplo daqueles que realizam algo nos faz lembrar aquilo que não fomos capazes de fazer. No entanto, muitas vezes a sensação de incapacidade, a matriz da inveja, deve-se à escolha inadequada de metas, como desejar algo que não está ao nosso alcance.

            Em geral, costumamos não valorizar as coisas que já realizamos e assim cultivamos a sensação de desvalia sem darmos conta de nosso próprio valor. Neste sentido, a inveja consome o invejoso, porque o faz dar valor apenas ao que está  além do seu alcance.a inveja é um dos sentimentos mais difíceis  de serem aceitos pelo ser humano, pois na maioria das vezes é inconsciente. Isto ocorre porque ela se  forma muito cedo em nossa vida.O invejoso sente. Tem até mesmo dificuldade de receber presentes, pois ele teme qualquer situação que revele sua auto-imagem de carência e necessidade. Por isso, quando ao receber, procura sempre retribuí-los logo. Muitas vezes, a dificuldade de delegar tarefas também pode estar relacionada a inveja. O verdadeiro problema da inveja não é a capacidade do indivíduo viver bem, é a sua capacidade de não viver bem. Tenho dito! 

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