PF estima que megatraficante preso tenha uma fortuna de US$ 100 mi
SÃO PAULO. A Polícia Federal confiscou US$ 4,54 milhões e 1,5 tonelada de cocaína da organização supostamente liderada por Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, apontado como o “Barão das drogas”. Ele foi preso no sábado, durante a operação Spectrum, deflagrada pela PF.
A polícia constatou que Cabeça Branca se submeteu a uma série de cirurgias plásticas para mudar o rosto e tentar dificultar sua identificação e localização. O balanço parcial da Spectrum foi divulgado nessa segunda-feira (3). A corporação ainda rastreia outros bens adquiridos pela organização de Cabeça Branca com recursos do tráfico.
Segundo a PF, os US$ 4,54 milhões foram encontrados em uma casa e em um apartamento na cidade de São Paulo. A cocaína foi localizada em três endereços diferentes. Também foram apreendidos joias, carros, relógios, documentos e computadores.
O órgão estima, contudo, que o traficante possua US$ 100 milhões, incluindo contas bancárias em paraísos fiscais, imóveis e veículos em nome de laranjas. A intenção é recuperar esse dinheiro na segunda fase da operação.
Cabeça Branca, um dos traficantes mais procurados pela PF e pela Interpol na América do Sul, foi preso no Paraná. Ele já está condenado a uma pena superior a 50 anos de prisão.
O nome da operação, derivado do latim, tem tradução na língua portuguesa como “espectro/fantasma”, uma referência ao líder do esquema, “que vivia discretamente e nas sombras, reconhecido no meio policial pela experiência internacional, transcontinental e com larga rede ilegal de relacionamentos, desviando-se das investidas policiais há quase 30 anos”.
Cruzamento de dados. Segundo a PF, Luiz Carlos da Rocha foi localizado mesmo com as alterações da face após cirurgias plásticas, a exemplo do que fez outro megatraficante internacional preso pela Polícia Federal em 2007, o colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, chamado “Chupeta”.
Diante da suspeita de identificação de Cabeça Branca, foi acionada a área pericial da PF, que, de posse de dados fotográficos com os antigos traços faciais de Luiz Carlos da Rocha e a atual identidade fotográfica de Vitor Luiz de Moraes, concluiu-se que os dois nomes referiam-se à mesma pessoa.
“A organização criminosa de tráfico internacional de drogas liderada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, possuía perfil de extrema periculosidade e violência, sendo desvendada durante as investigações a utilização de escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contravigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se manter em atividade por aproximadamente 30 anos”, informou a PF em relatório.
Belo trabalho pela PF.
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