Em novo ofício encaminhado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), recuou no fim da noite de ontem (9) do ato que anulou a sessão de votação do processo de impeachment.
Em quatro linhas e sem maiores explicações ou justificativas, Waldir apena assinala que recuou de seu ato. “Revogo a decisão por mim proferida”, escreveu Maranhão.
A decisão foi confirmada pela assessoria de imprensa do parlamentar maranhense, segundo noticiou o jornal Folha de São Paulo.
Pela manhã, o ato de Waldir pela anulação da votação do impeachment mereceu reação imediata de líderes partidários e negativa formal do Senado, que decidiu continuar o processo de impeachment no Senado, considerando a decisão do presidente interino intempestiva e um ato de “brincadeira com a democracia”.
MaisPB
Em doze horas o nobre deputado conseguiu desagradar os dois lados.
A interrupção de um mandato presidencial obtido em eleição democrática , ainda que por meios legais, nunca é desejável. Porém, depois da acusação de se cometer crime de responsabilidade, desrespeitando o controle orçamentário e utilizando empréstimo junto aos Bancos controlados pela União, o que é terminantemente proibido pela constituição federal e pela lei de responsabilidade fiscal; depois de acusações de terem praticados os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de ocorrem as maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil, que tomaram as ruas para exigir a remoção da presidente; depois de acusações de que a administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impeachment e proteger os companheiros às voltas com problemas com a Justiça, conforme se noticia na imprensa nacional; depois de o governo perder a credibildade. O impeachment é a única possibilidade viável para se tirar o Brasil do fundo do poço. Mesmo reconhecendo que houve avanços sociais no governo petista, não se justifica a permanência de um governo que comete crime de responsabilidade, que não tem apoio parlamentar e desrespeita as autoridades judiciais e policiais constituídas legalmente. Nunca é cedo, nunca é tarde, tudo tem sua hora. Um novo caminho haverá de se encontrar.
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