Operação deflagrada nesta terça-feira foi autorizada pelo TSE, que analisa processo que pede a cassação da chapa que elegeu Dilma em 2014; segundo perícia do MPE, há “fortes indícios” de fraudes envolvendo gráficas

Relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE autorizou operação deflagrada nesta terça-feira
José Cruz/Agência Brasil – 1.1.2015

Relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE autorizou operação deflagrada nesta terça-feira

A pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (27) mandados de busca e apreensão em cerca de 20 endereços localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. As diligências fazem parte da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral.

A operação deflagrada nesta terça-feira investiga as empresas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda. e Rede Seg Gráfica Eireli, que prestaram serviços para a campanha eleitoral da chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer.

Em laudo apresentado ao TSE, os procuradores do Ministério Público Eleitoral apontaram “fortes indícios de fraudes e desvio de recursos” após a análise dos dados bancários dessas gráficas.

Os mandados judiciais foram expedidos pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE, que autorizou a quebra de sigilo fiscal de pessoas jurídicas e físicas que “demonstraram indícios de irregularidades nos dispêndios eleitorais”.

A Polícia Federal informou que não vai comentar a operação.

 

A análise das contas

Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas, por unanimidade, no TSE.

O processo, no entanto, foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação por entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas pela petista. Conforme entendimento atual do TSE, a prestação contábil da chapa é julgada em conjunto.

Na semana passada, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que o processo poderá ser julgado pela Corte ainda no primeiro semestre de 2017.

O processo pode culminar na cassação da chapa que elegeu Dilma, o que, na prática, implicaria consequências apenas para o presidente, já que a petista deixou a Presidência da República após o processo de impeachment.

 

*Com informações e reportagem da Agência Brasil