PF passa quatro horas no gabinete do irmão de Geddel na Câmara, apreende malas e fecha Gabinete
Pedida pela Procuradoria-Geral da República, operação apura relação do deputado Lúcio Vieira Lima com os R$ 51 milhões apreendidos em Salvador
Agentes da Polícia Federal passaram na manhã desta segunda-feira (16) mais de quatro horas no gabinete do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, no prédio da Câmara dos Deputados, em Brasília. Eles chegaram em três viaturas. De acordo servidores do Congresso que viram a PF deixar o prédio por volta das 10h45 da manhã, os agentes levavam malas e malotes com material apreendido.
A ação ocorre a pedido da Procuradoria-Geral da República e as buscas ocorrem como parte da investigação ligada aos R$ 51 milhões encontrados pelas autoridades num bunker em Salvador ligado a Geddel Vieira Lima .
O ex-ministro, que foi preso em julho após a PF fazer a maior apreensão de dinheiro em espécie da história, cumpre prisão domiciliar depois de conseguir um habeas corpus.
O imóvel em que o dinheiro foi encontrado teria sido emprestado a Lúcio e era usado por Geddel . Em setembro, por haver indícios do envolvimento do deputado, que tem foro privilegiado, as investigações foram remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a decisão do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, “não se pode excluir de plano a participação de Lúcio Vieira Lima no ilícito de lavagem de dinheiro”.
Além do gabinete do deputado, também há buscas na residência de Lúcio em Brasília e no prédio em que ele e o irmão têm apartamentos em Salvador .
Preso, em casa, e sem tornozeleira
O peemedebista cumpre, atualmente, prisão domiciliar no apartamento da família na Barra, outro bairro nobre de Salvador. Como o estado da Bahia não dispõe de tornozeleira eletrônica, o ex-ministro cumpre a pena sem o equipamento de monitoramento.
Geddel ocupou a Secretaria de Governo da Presidência da República no ano passado, logo após a posse de Michel Temer. Ele deixou o cargo após ser acusado de pressionar o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a liberar uma obra de seu interesse em Salvador.
Calero disse, em novembro do ano passado, que foi “pressionado” em diversas ocasiões para que o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) liberasse a construção de um empreendimento imobiliário nos arredores de uma área tombada na capital baiana. O então articulador político de Temer , Geddel Vieira Lima, tem um apartamento comprado no mencionado prédio.
* Com informações da Agência Ansa e Agência Brasil.
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