A mobilização de trabalhadores rurais impediu que todas as propriedades rurais, no município de Mogeiro, com áreas abaixo de 300 hectares, fossem transformadas em loteamentos urbanos para construção civil. Um projeto de lei da prefeitura da cidade trazia essa proposta que iria prejudicar várias comunidades rurais. “Graças à presença dos trabalhadores que lotaram a Câmara de Vereadores esse desastre não aconteceu”, disse o deputado estadual Frei Anastácio.
O deputado relatou que o projeto atendia exclusivamente a especulação imobiliária, sem levar em conta a situação de muitas famílias de acampamentos e assentamentos que vivem da agricultura e vendem sua produção em feiras e mercados. “Esse projeto do poder executivo estava na pauta da seção ordinária da Câmara de Vereadores do município de Mogeiro do dia 10/02. As comunidades dos assentamentos Dom Marcelo, Padre João, Benta Hora e os posseiros das Fazendas Salgadinho, Paraíso e Fazendinha ocuparam a câmara de vereadores e o projeto foi retirado da pauta”, disse o parlamentar.
De acordo com o deputado, depois que os vereadores Branco e Edberto, a pedido dos agricultores, solicitaram uma audiência pública para discutir melhor o projeto com a presença das partes interessadas. O pedido foi aceito e aprovada uma audiência para o dia 17/02, às 9 horas. Novamente os trabalhadores se mobilizaram e, desta vez, com um maior número de pessoas que ocuparam as dependências da câmara e a rua em frente do prédio.
“Diante da pressão dos trabalhadores, os vereadores ficaram inseguros e chegaram até a atrasar o início da audiência pública. A presidência da Câmara solicitou a presença de uma comissão formada por trabalhadores, representantes da Comissão Pastoral da Terra e do nosso mandato. Os vereadores anunciaram que iriam retirar o projeto da pauta e solicitaram ajuda para elaboração de uma nova propositura que não trouxesse prejuízos para área rural. Quando a proposta estava sendo fechada, o procurador da prefeitura apareceu com requerimento solicitando o arquivamento do projeto”, relatou Frei Anastácio.
O parlamentar destacou que tudo isso aconteceu, porque os trabalhadores estavam unidos e mobilizados. “Quero parabenizar a todos envolvidos naquela ação. Se aquele projeto fosse aprovado seria uma grande derrota para os trabalhadores que iriam assistir o setor imobiliário invadir a zona rural”, destacou.
De acordo com Frei Anastácio, esse mesmo tipo de mobilização deve ser feita pela classe trabalhadora do Brasil diante das reformas do governo golpista que atingem diretamente direitos adquiridos com luta, ao longo da história do país. “A mobilização é a nossa arma de luta. Os trabalhadores de Mogeiro deram um exemplo disso. Por tanto, não podemos ficar de braços cruzados assistindo o desmanche que o governo golpista está realizando”, afirmou.
Creio que é uma alternativa para o Nordeste brasileiro. Pegar uma terra improdutiva e repartir por pequenos lotes, faz com que possa dar oportunidade do homem firmar na zona rural e torná-la produtiva.
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