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AH! QUE SAUDADES (Manoel Ernesto)

Manoel Ernesto
[email protected]
189.71.42.62
Que saudades do tempo de criança na minha querida Itatuba. Apesar de ter passado por muitas dificuldades. Aos dois anos de idade foi acometido de poliomielite, que reduziu meus passos e me vez adaptar a vida que podia ter diante das limitações. Aos três anos uma tragédia aconteceu em minha vida. Meu pai sofreu um acidente quando correia a cavalo e teve morte quase que instantânea. Deixando minha mãe viúva, com três filhos e gravida da filha que ele tanto queria. Sem patrimônio, sem rendas, sem pensão, sem aposentadoria, sobrevivemos com muitas dificuldades. Mas com ajuda de parentes, com muita força de vontade, e poder de resiliência, conseguimos superar as dificuldades que a vida nos impôs e seguimos em frente, encarando a vida do jeito que a vida é. Tivemos uma infância quase normal. Nas invernadas, quase todos os dias, pela manhã, montava no jumento pretinho e íamos, eu e meus irmãos, cuidar dos tratos culturais da lavoura de milho, feijão e algodão. Lembro que lá na roça, na zona rural tinha muitas árvores frutíferas, goiabas, mangas e cajá, dentre outras frutas deliciosas e saborosas, apetitosas maravilhas saudáveis deu-me uma vontade de degustar novamente destas iguarias. Aqui na zona urbana pouco se vê destas árvores frutíferas. Aqui não tem pomar. Aqui só tem em alguns quintais alguns pés de seriguelas, acerolas, goiabeiras, dentre outras. Por volta de meio dia retornávamos para a Cidade, ao passarmos pela barragem do entroncamento dos rios quati e surrão, na entrada da cidade, tomávamos banho, aproveitando a correnteza que se formava no local, em seguida íamos para nossa humilda residência localizada na rua João Ernesto, para almoçar, vestir o fardamento e seguir para o Grupo Escolar José Silvério, de saudosa memória, onde concluímos o primário. Para seguir com os estudos, como naquela época não existia escola de segundo grau na cidade, a família decidiu se mudar para a Cidade de Itabaiana, para que todos pudessem continuar os estudos. Lá instalamos um pequeno negócios (mercearia) para poder cobrir os custos de manutenção da família. Concluído o segundo grau, com intuído de dar oportunidade aos filhos de cursarem a universidade, a minha decidiu se mudar para João Pessoa. Lá, eu meus irmãos, passamos a ser vendedores ambulantes de sapato, na praça Pedro Américo, que na época era utilizada como concentração de camelôs. Concluído o curso de Administração, comecei minha vida profissional como auxiliar de cobrança na Empresa CIANE – Empresa Nordestina de Produtos Químicos, enquanto estudava para concursos, tendo sido aprovado para o Banco do Estado da Paraíba e em seguida para o Banco do Brasil, onde trabalhei por 30 (trinta) anos, onde me aposentei. Passando por dois anos e seis meses a secretário de Finanças do Município de Itatuba. Os anos se passaram. É verdade. Também pudera são mais de meio século de caminhada na estrada. Muita coisa mudou, as matas foram derrubados e em seu lugar, hoje, se vê pastagens para servir de alimento para os animais. A melodia que se ouvia encantava-nos a oportunidade de apreciar o cantarolar do carro de boi, que se transforma em uma sinfonia harmoniosa, Que saudades do tempo que se foi e não volta jamais. Fica a lembrança. Coração apertado e cheio de emoção. Olhos se enchem de lágrimas, por alguns instantes, de saudades. Mesmo diante de tantas dificuldades que enfrentamos, a vida me deu e continua dando tantas alegrias durante minha caminhada. São dádivas amorosas recebidas por este filho lá da roça que partiu e chegou à cidade e aqui, com determinação, conquistou um pouco de conhecimento e conseguiu trabalho para com dignidade adquirir o pão de cada dia para o seu sustento e de sua família. Procurei encontrar o caminho da felicidade. Para amar e ser amado ,criar, crescer, planejar, agir. Portanto está em mim a vontade de seguir, sempre, adiante. A infância se foi, a juventude também. Cheguei à terceira idade, com os mesmos princípios e valores. Respeitando as pessoas e a natureza, sempre em busca de um mundo melhor para todos.

1 comentário em “AH! QUE SAUDADES (Manoel Ernesto)”

  1. A DIFICULDADE EM SER TRANSPARENTE EM UM MUNDO CHEIO DE MÁSCARAS… Deborah Izy • 8 de dezembro de 2016

    Imagine um baile de máscaras, onde neste baile, não é obrigatório usar máscaras, mas por ser um baile com este tema, os convidados optam por usar, até porque, é mais bonito, mais chamativo. Você pode escolher por uma máscara brilhante, diferente, cheia de enfeites.

    Ou então pode optar por usar uma mais simples, mas ainda assim usar uma máscara. Ou melhor ainda, por não ser obrigatório, você decidir ser autêntico e não usar, você ser aquela pessoa que “dá a cara pra bater”. Talvez seja um exemplo bobo, mas ultimamente, eu tenho visto a vida exatamente assim – e as pessoas se portando com máscaras.

    Na vida, não é obrigatório você fingir ser o que não é, mas ser quem somos, nos dias atuais, se tornou um desafio. A maioria das pessoas, infelizmente, optam por ser mais elegante para agradar a um certo público, e isso querido leitor, me causa arrepios.

    Eu sou uma pessoa mega transparente, na maioria das vezes, por inocência mesmo. Eu acabo dizendo coisas, que para as pessoas, é o cúmulo do absurdo de ser dito, sempre ficam espantadas. Mas sabem porquê?

    A cultura que vivemos, nos moldou para fazermos a “boa praça”. É comum da nossa cultura atrasar os eventuais compromissos, e se você ousa dizer para a pessoa que está insatisfeito com o atraso, você é o chato da turma. É comum da nossa cultura mentir sobre algo que você não gosta, só para agradar.

    Quantas vezes você já disse que gosta de algo só para fazer a vontade do outro? Não que seja errado realizar o desejo da pessoa que você gosta, mas deixar claro que você NÃO GOSTA é essencial. E mais, deixar claro que você está fazendo “tal coisa” porque o quer ver feliz, é mais essencial ainda. Entende a diferença? É comum da nossa cultura não dizer o que pensamos em momento algum. Se você cobra um direito seu, você é correto demais. Se você diz NÃO, você é ruim demais. Se você contraria a maioria, você não serve para estar ali. Isso é desgastante pra quem não sabe usar as malditas máscaras.

    É difícil conviver quando você não sabe dançar a música do baile. Mas não impossível! Eu sou tão transparente, que já perdi as contas, das vezes que eu contei algo do meu dia para uma pessoa, e acabei falando demais. É sem querer mesmo, faz parte da minha personalidade ser assim… E sei que existe mais pessoas assim, e eu adoro pessoas transparentes.

    Claro né? Sinceridade tem limite como tudo na vida. Tem coisas que devemos dizer se só nossa opinião for solicitada… faz parte do código de etiqueta.

    De uma coisa eu sei: nunca mude seu jeito, nunca! Se tiver que dizer NÃO, diga! Isso vai fazer bem para você, e cai entre nós, quem diz não, faz todo mundo valorizar seu sim, já pensou nisso? Jamais deixe de ser autêntica, esse é seu brilho e isso que faz a diferença. Se não gostam do seu jeito é porque não suportam a verdade, e pode ter certeza que as pessoas que estão como você, é porque realmente amam seu jeito e sentem bem com sua companhia.
    Se ser transparente em um mundo de máscaras é um problema, eu quero mais é que esse baile exploda!

    Seja sempre feliz consigo mesma, e acima de tudo, SEJA SEMPRE VOCÊ COM SEU ÚNICO E LINDO JEITO.

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