Pular para o conteúdo

De Ingá à Europa

Algodão da Paraíba

Presente no brasão do estado. Propulsor econômico da região Agreste. Responsável por tornar Campina Grande a Liverpool brasileira nos anos de 1940. A relevância da Paraíba na produção algodoeira data do final do Século XIX, com seu apogeu na metade do Século XX e declínio em meados de 1980.

De Ingá à Europa 

Algodão da Paraíba: cooperativa resgata tradição algodoeira tipo exportação

Cooperativa de algodão colorido e projeto estatal incentivam agricultura familiar paraibana.

Desde os sete anos de vida que Manoel Calixto, de 64 anos, é agricultor. Nascido e crescido na zona rural de Ingá, no Agreste paraibano, começou ajudando o pai a arar a terra para plantar “tudo no mundo”, como ele mesmo lembra. Do tudo no mundo de Seu Manoel, o principal sempre foi o cultivo do algodão. Herança agrícola deixada pelos avós e aprimorada por ele somente no ano passado.

Dedicado a plantar o algodão branco deixado pelo avô em meados de 1970, o agricultor adotou o cultivo do algodão natural colorido, uma realidade na economia paraibana há 20 anos, em 2017. A demora, segundo seu Manoel, foi pela dificuldade de plantar algodão sem usar pesticidas e por não ter segurança de encontrar comprador para tanto algodão verde colhido.

O convencimento para “tingir” o algodão de seu Manoel veio primeiro pela ajuda do conhecimento técnico, depois pela demanda da escala produtiva. Técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB) ensinaram uma técnica natural para afastar as pragas na produção do algodão orgânico.

A CoopNatural, cooperativa de produção de roupas e acessórios feitos com algodão colorido por meio da Natural Fashion, em Campina Grande, arrebataram a produção do pequeno agricultor de Ingá.

“Da terra arrendada de 10 hectares em Ingá, Manoel Calixto, talvez sem saber, resiste na tradição paraibana de exportar algodão para Europa. Não diretamente, como os grandes produtores de algodão da Paraíba da metade do Século XX, mas como parte de um processo integrado, cooperado, e genuinamente paraibano.”

Manoel Calixto é um dos cerca de 50 agricultores que fornecem algodão colorido para a CoopNatural, de acordo com Maysa Gadelha, coordenadora da cooperativa. Toda matéria-prima utilizada pela cooperativa para confecção de camisas e acessórios é proveniente da agricultura familiar ou de pequenos agricultores como é o caso de Seu Manoel.

O engenheiro agrônomo e assessor-técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB), Geogles Dantas, responsável por acompanhar agricultores de Ingá, incluindo Seu Manoel, relata que a revitalização da cultura algodão surge como uma alternativa para muitos agricultores familiares.

Parabéns a colega Arlene, um agricultor modelo, que recebe Assistência da Emater.

Por André Resende, G1 PB

2 comentários em “De Ingá à Europa”

  1. Que legal..parabens aos agricultores ai vava..que vao resgatar a cultura do plantio do algodao…aqui no Ceará o algodao era chamado de ouro branco do sertão na epoca que tinha plantio

  2. O agricultor e companheiro Manoel Calixto, foi meu maior incentivador para implantação do Programa do Algodão Paraíba oferecido pelo Governo do Estado da Paraíba, através da EMATER e parceria com a Prefeitura do Ingá.

Não é possível comentar.