Foto: Reprodução/Internet
A historiadora francesa Françoise Choay costuma dizer: “O monumento assegura, acalma, tranquiliza, assegurando o ser do tempo”.
A afirmação pode servir de explicação para o fascínio que, há milênios, vem despertando a Pedra de Ingá, conjunto de figuras rupestres que formam as Itacoatiaras da Paraíba, considerado um dos maiores sítios arqueológicos do Brasil.
A “Arqueologia da Pedra do Ingá – Enigma & Realidade” será o tema, deste mês, do Fórum Permanente de Ciência e Cultura do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep).
A palestra, com o professor e arqueólogo Wanderley de Brito, acontece no próximo dia 28, a partir das 14h, na sede do IHGP – Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (Rua Barão de Abiaí, 64 – Centro de João Pessoa).
A ideia é reunir, como público-alvo, professores, arqueólogos, arquitetos, bibliotecários, pedagogos, historiadores, jornalistas, cientistas sociais, turismólogos, secretários estaduais e municipais, estudantes e pesquisadores.
O evento está integrado à série Arqueologia Pré-Histórica (Paraíba) e é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do Iphaep, como apoio do IHGP e Sociedade de Arqueologia da Paraíba.
A discussão sobre a Pedra de Ingá, no próximo dia 28, terá como mediadora a professora Cassandra Figuerêdo, diretora executiva do Iphaep, contando, ainda, com a presença de quatro debatedores: Carlos Azevedo, Márcia Albuquerque, Thomas Bruno e Cláudio Nogueira.
O coordenador do Fórum do Iphaep, professor e arqueólogo Carlos Azevedo, lembra que há centenas de estudos e pesquisas sobre a Pedra do Ingá.
“São, muitas vezes, interpretações ousadas e especulativas. Outras querem decifrar as itacoatiaras comparando-as com os hieróglifos hititas, fenícios e assim por diante. São tantas interpretações, muitas que fogem à lógica, na maioria irracionalismo puro”, avalia Azevedo,
Ele lembra, porém, que há um trabalho a se destacar: o livro “A Pedra do Ingá – Itacoatiaras na Paraíba”, escrito, em 2011, pelo pesquisador campinense Wanderley de Brito.
“O trabalho é uma pesquisa séria, rica e bem documentada. É, com certeza, o primeiro estudo exaustivo sobre a Pedra do Ingá, quase um tratado, que propõe uma interpretação sensata, baseada em vinte e cinco modelos comparativos de Itacoatiaras paraibanas, todos convergindo para Ingá”, comenta Azevedo.
“Esse historiador de Campina Grande deu uma contribuição inestimável à arqueologia paraibana. Sem dúvida, a pesquisa abre novas perspectivas para o estudo da arte rupestre”, completou.
Na palestra, Brito vai esmiuçar todo o processo do trabalho, que resultou na publicação do livro.
Ele revela: “Sempre quando visito a Pedra do Ingá, e me ponho na frente daquele quimérico conjunto de símbolos, de suprema elegância e detalhes curvilíneos, percebo que uma poderosa força preenche aquela pitoresca paisagem. E a Pedra do Ingá, apesar de inerte, sempre me parece querer exprimir uma sussurrante sequência rítmica, leve e soante, quase tão perfeita como a Nona de Beethoven”, lembrou.
FONTE: Da Redação com Secom/PB
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