Finalmente: homem que ficou 17 anos sem o pênis recebe transplante de membro
Cor do membro fica diferente e médicos terão que corrigir com tatuagem; essa é a terceira vez que o transplante de pênis é realizada no mundo
Após 17 anos de espera, homem recebe transplante pioneiro: um novo pênis foi implantado no paciente que perdeu o membro original após uma circuncisão tradicional malsucedida.
O paciente de 40 anos, que teve a sua identidade preservada por questões éticas, ganhou o novo pênis no mês passado, em 21 de abril, e está tendo boa recuperação, de acordo com a equipe médica.
Mas, nem tudo é perfeito. A cor da pele do doador era muito diferente do receptor, e o membro causou certo contraste depois de implantado. Felizmente, os médicos já admitiram a discrepância e disseram que o “erro” será corrigido com tatuagem médica ainda neste ano.
A cirurgia durou cerca de 10 horas, e foi realizada no Hospital Tygerberg na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Essa é a terceira vez que a equipe de cirurgiões sul-africanos realizaram esse tipo de operação. O primeiro transplante bem sucedido aconteceu em dezembro de 2014, e o segundo em dezembro de 2016, em Boston.
A recuperação deve demorar cerca de seis meses, e depois desse período, a previsão é que o paciente já tenha recuperado todas as funções urinárias e reprodutivas.
O professor André van der Merwe, chefe do departamento de urologia da Universidade de Stellenbosch, liderou a longa operação e disse ao Mail Online que o paciente estava se recuperando bem.
“Ele certamente é um dos pacientes mais felizes que já vimos em nossa ala. O corpo está agindo muito bem, sem sinais de rejeição e todas as estruturas reconectadas parecem estar cicatrizando normalmente”, disse o médico.
Histórico
O especialista passou anos experimentando cadáveres para ver quais nervos, vasos sanguíneos e outros elementos tinham de ser unidos para garantir a plena função do membro. O planejamento e preparação para o primeiro estudo começou em 2010.
Após extensa pesquisa, o professor e sua equipe cirúrgica decidiram usar técnicas desenvolvidas para o primeiro transplante facial.
“Há um número de homens que se beneficiariam desta operação, mas a questão é a falta de doadores e também a falta de financiamento”, disse ele, em março de 2015, quando o procedimento foi a público.
A operação permitiu ao primeiro paciente urinar normalmente, sem o auxílio de um cateter, e os médicos disseram que sua confiança geral havia aumentado consideravelmente desde o procedimento.
Esse homem apresentou uma recuperação completa e muito rápida – resultado que os médicos não esperavam ocorrer até cerca de dezembro de 2016 – sendo capaz de engravidar a namorada em 2015, após o procedimento cirúrgico.
O sucesso inicial de sua equipe foi seguido pela operação de Thomas Manning, que se tornou o primeiro receptor americano de um transplante de pênis. Depois de duas cirurgias de acompanhamento, o paciente disse que conseguia urinar normalmente. Nesse caso, a função sexual ainda demoraria para acontecer, porque ele não recebeu novos testículos.
Amputação
Diferente dos dois primeiros pacientes que perderam o membro por complicações ao realizar uma circuncisão, o americano teve o órgão amputado depois de ter sido diagnosticado com câncer na região, em 2012.
“Levei alguns dias para olhar para ele, e desde então a confiança vem e vai”, lamentou Manning.
Porém, o caso de Manning é exceção. Na África do Sul, estima-se que cerca de 250 homens perdem seus órgãos a cada ano em uma cerimônia de iniciação secreta e brutal, conduzida pela tribo Xhosa.
A crença prega que durante o mês de junho, que marca o início de uma nova colheita, milhares de rapazes devem ser enviados nus para áreas remotas do país, e tentar sobreviver com pouco mais do que um cobertor e rações.
O ritual é conhecido como ukwaluka e tem sido praticado por gerações.
O teste final do rito de passagem é o corte do prepúcio do pênis que é feito por um incibi – um cirurgião tradicional – que simboliza o início da masculinidade.
No entanto, infecções e outras complicações estão causando a morte de dezenas de adolescentes graças a esse procedimento.
Fonte: Saúde – iG /vavadaluz
A cor da pele não vai influenciar muito. O importante é saber se vai funcionar.
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