Num gesto de desabafo, Marcelo Bretas revela o que acusados usam para ‘fugir’
Juiz federal responsável pela Operação Lava Jato no estado do Rio de Janeiro se manifestou a respeito de subterfúgios utilizados por corruptos.
Um dos magistrados federais de primeira instância mais destacados da força-tarefa de trabalho da Operação Lava Jato, em se tratando de investigações que se concentram no estado do Rio de Janeiro, juiz Marcelo Bretas, fez um forte “desabafo” em relação ao combate à corrupção no país e todas as dificuldades inerentes relacionadas ao papel desempenhado pela Justiça, muitas vezes considerada extremamente leniente, no tocante à punição a corruptos, especialmente, no que se diz respeito a crimes de “colarinho branco”.
O juiz Marcelo Bretas é o responsável pela condução de um dos “braços” da Operação Lava Jato em primeiro grau, em se tratando de investigação de crimes ocorridos no Rio de Janeiro.
Bretas é o juiz titular da sétima Vara Federal do estado do Rio de Janeiro. Entretanto vale lembrar que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, é comandada em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, a partir da décima terceira Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba, no estado do Paraná.
Presença em evento ‘polêmico’
Recentemente, o juiz Marcelo Bretas participou como palestrante em um evento realizado na seda da Justiça Eleitoral; no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília. Durante a realização do evento, ao discursar perante a plateia, o magistrado carioca foi contundente ao mencionar as “mazelas” que perfazem a Justiça no país, quase sempre ineficiente em relação à punição aos praticantes de crimes, especialmente, em se tratando da esfera política brasileira.
Marcelo Bretas fez duras críticas ao papel desempenhado pela Justiça Eleitoral no Brasil.
O magistrado condenou, de modo enfático, o uso considerado indevido da Justiça Eleitoral por parte de pessoas que são acusadas pela prática de crimes relacionados à corrupção e lavagem de dinheiro. O magistrado federal fez uma análise em relação às práticas corruptivas, ao afirmar que “as vezes um recibo eleitoral ou mesmo uma transferência bancária ou ainda, o que seria formalmente reconhecido como uma contribuição eleitoral, em sua própria natureza, se trataria de lavagem de dinheiro”.
Num claro recado à defesa de acusados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, Bretas afirmou que “não se pode ser ingênuo em acreditar em teses trazidas pela defesa, já que hoje em dia, o maior sonho das defesas de acusados é poder transferir os processos para a Justiça Eleitoral”. O magistrado foi ainda mais longe ao considerar que “a Justiça Eleitoral seria uma Justiça sem juízes, já que se trataria de juízes temporários, ressaltando que não seria uma crítica aos advogados de defesa, mas uma prática muito grande hoje, seria atribuir a todos os crimes, um perfil correspondente a crime eleitoral”.
Ao discernir sobre a corrupção, Marcelo Bretas deixou claro que abriria mão de seu foro privilegiado, sem qualquer problema e que uma das consequências da restrição de foro para parlamentares, sejam eles deputados federais ou senadores da República, é poder estender a medida para às outras autoridades.
Via: blastingnews
Corretíssimo
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