A Defensoria Pública do Estado continua sendo a prima pobre do Poder Judiciário no interior da Paraíba. Os Defensores se deslocam às comarcas onde atuam em onibus ou no carro próprio, gastando gasolina do bolso, pagam hospedagem em pousadas de quarta categoria sem receber qualquer adjutório em forma de diária e trabalham em salas apertadas, sem conforto. É uma falta de respeito incrível.
Em Monteiro, onde me encontro neste momento, conheci Romero Velozo, esse da foto. É defensor público. Acabara de chegar de João Pessoa, onde mora. Se hospedou na Pousada Nunes, localizada próximo ao Forum. Essa pousada possui os menores quartos de dormir do mundo. Basta dizer que o hóspede que tiver uma bunda grande não poderá usar o banheiro, pois engancha na parede. O cabra caga levando pingo do chuveiro e ao tomar banho, molha o cagador.
Pois bem, o Dr. Romero atende o pobre na forma da lei em Monteiro. Os advogados particulares, que ganham dinheiro para advogar, olham o defensor atravessado, pois perdem clientes com a chegada dele. O defensor, porém, não se intimida e mete a caneta pra cima, embora fique a milhares de quilômetros de distância do salaŕio do juiz ou do promotor, esses dois últimos privilegiados, pois não pagam aluguel de casa e recebem ajuda até para se locomover.
Romero tem uma queixa: Defensores iguais a ele, os chamados de primeira classe, existem aos montes na Capital. Quem não tiver padrinho, morre no interior feito ele. Quem tem, todavia, mora na Capital, no bem bom, sem fazer sequer uma petição. Perguntei se ele conhecia algum desses privilegiados e ele disse que conhecia dois, mas não diria seus nomes para não causar raiva. Apenas deu uma dica: “São dois colunistas sociais”.
TIÃO LUCENA
Enquanto os defensores públicos vão de ônibus ou a pé para o trabalho,as custas judiciais da Paraíba é a mais cara do Brasil. Uma vergonha para um estado pobre como a Paraíba, em relação aos demais estados da federação.
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