Reunião na Casa Branca evidencia distância entre Donald Trump e Angela Merkel
Reprodução/ CNN

Reunião na Casa Branca evidencia distância entre Donald Trump e Angela Merkel

A chanceler alemã Angela Merkel faz sua primeira visita à Casa Branca desde que o republicano Donald Trump tomou posse, no dia 20 de janeiro deste ano, e foi recebida com uma gafe constrangedora do mandatário norte-americano, que recusou fazer o aperto de mãos oficial para fotógrafos presentes.

 

No Salão Oval, visivelmente constrangida, Merkel chega a perguntar a Trump se ele “gostaria de dar o aperto de mãos”, como é de costume em encontros oficiais, e que acabara de ser pedido pela imprensa. O presidente dos Estados Unidos ignorou-a e continuou sentado com suas mãos cruzadas.

Os dois líderes tiveram momentos de acordo nos discursos realizados nesta sexta-feira (17), chegando a um tom conciliatório, porém a diferença fundamental de política e estilo entre eles não passou em branco durante o encontro oficial.

Merkel disse que está “agradecida” pelo apoio prometido pelo presidente à Otan e no processo de paz na Ucrânia. Ao que o republicano respondeu que “não é um isolacionista” e que acredita no livre comércio.

Em outro momento de clara coação da chanceler alemã, Trump brincou em relação às divergências encontradas entre os dois, mas brincou que “pelo menos uma coisa eles têm em comum: o fato de já terem sido espionados pelo ex-presidente Barack Obama”. Parte da plateia dá risada, mas a líder da Alemanha permanece com a feição séria.

Questão dos refugiados

Na coletiva de imprensa, o republicano reforçou sua posição contrária à imigração e aos mecanismos multilaterais, enquanto a alemã saiu em defesa da globalização e das políticas de acolhimento a solicitantes de refúgio.

“A imigração é um privilégio, não um direito”, afirmou Trump, que recentemente assinou um novo decreto para proibir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana: Síria, Iêmen, Irã, Sudão, Líbia e Somália. Destes, cinco – a exceção é o Irã – convivem com conflitos internos e são alguns dos principais geradores de refugiados no mundo. “Devemos proteger nossas fronteiras, mas também precisamos olhar para os refugiados que fogem das guerras e da pobreza”, rebateu Merkel.