Roraima foi apontado como o Estado com maior número de suspeitos; dados do MPF apontam possível desvio de R$ 25 bilhões a beneficiários falecidos
Dados divulgados pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta sexta-feira (11) apontam que o governo federal pode ter pago R$ 3,3 bilhões a 870 mil beneficiários suspeitos de não cumprir os requisitos econômicos do programa.
Segundo o MPF, 4.703 prefeituras do País foram notificadas e devem realizar visitas domiciliares aos suspeitos de desvio do Bolsa Família nos próximos dias.
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Para chegar ao resultado, o órgão analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família de 2013 a maio de 2016. Os casos suspeitos foram identificados por meio do cruzamento de dados do MPF com os do governo federal, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas Estaduais e Municipais.
Perfil dos denunciados
O diagnóstico apontou que os valores pagos foram direcionados a cinco grupos, sendo R$2,3 bilhões destinados a empresários; R$1,23 bilhões, a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; 25,97 bilhões, a beneficiários falecidos; R$11,89 bilhões a doadores de campanhas que investiram recursos superiores ao benefício recebido e 11,48 milhões a servidores públicos doadores da campanha, independente do valor.
Denúncia por Estado
O Estado com maior incidência de denúncias foi Roraima, que registrou 7.943 (8,87% dos recursos) de perfis suspeitos. Ao todo, foram pagos R$29.110.663 a esses beneficiários.
Por outro lado, o Pará foi o Estado que registrou o menor índice, com apenas 23 mil perfis (1,62%).
Ao todo, 31 cidades não apresentaram beneficiários com indícios de inadimplência. Nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais , houve o menor número de casos do País. Os números completos podem ser encontrados direto no site do MPF.
Suspensão dos benefícios
Na última segunda-feira (7), o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário anunciou ter encontrado irregularidades em 1,136 milhão de benefícios do Bolsa Família. Destes, 469 mil foram cancelados e outros 667 mil, bloqueados.
No caso dos bloqueios, os usuários têm até três meses para comprovar que cumprem os requisitos do programa de distribuição de renda e podem voltar a receber o benefício. A pasta também convocou 1,4 milhão de famílias para fazer atualização cadastral em janeiro de 2017.
Os cancelamentos já começam a valer em novembro e terão impacto de R$ 1,024 bilhão na folha de pagamento do Bolsa Família. No caso dos bloqueios, o governo espera uma economia de R$ 1,42 bilhão, caso as irregularidades sejam confirmadas.
43 mil beneficiários do Bolsa Família com perfis suspeitos na PB.
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Fonte: Último Segundo – iG /vavadaluz
Se os recursos fossem destinadas as famílias corretas, seria um grande avanço; mas, infelizmente isso raramente acontece. O cruzamento de dados do MPF, Receita Federal e até mesmo o cadastro do renavam tem mostrado outra realidade. O desvio tornou algo normal; a consciência foi cauterizada, o ser humano tornou-se insensível. Nada mais justo seria, de que aqueles que se apropriaram indevidamente desses recursos, fossem obrigados a devolverem judicialmente a título de prestação de serviço no cuidar e prover de recursos para sobrevivência uma família carente por período de vinte anos.
O culpados sao os cadastradores que sao tambem os fiscais. Por enguanto sao suspeitos e por perfil. Deveriam organzar uma forca tarefa como a de Curitiba – infelizmente logo se tornaria partidaria.
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