Coparentalidade responsável o novo conceito
A instituição familiar mudou de configuração e conceito ao longo do tempo
A instituição familiar mudou de configuração e conceito ao longo do tempo. Se antes a concepção de um filho necessitava ser fruto do casamento entre um homem e uma mulher hoje, há uma nova alternativa: a coparentalidade.
A cooparentalidade busca aproximar parceiros que desejam ser pais sem manter um vínculo amoroso entre eles, o objetivo é cuidar, educar e dar amor a criança de maneira compartilhada. A internet é a principal forma de promoção de encontros. Os interessados podem se cadastrar em sites e solicitar a inclusão em grupos de redes sociais que mantenham esse foco.
Websites especializados no assunto estão ajudando a popularizar a coparentalidade no exterior. Aqui no Brasil o método ainda é pouco conhecido, mas já existem seguidores interessados nesse novo arranjo familiar. Para entender como está funcionando esse conceito no país, O Estado RJ entrevistou a jornalista Taline Schneider, idealizadora e administradora da página Faça um Filho Comigo e do grupo Coparentalidade Responsável e Planejada.
O Estado RJ: Como surgiu a ideia de administrar e desenvolver plataformas que facilitem o processo de Coparentalidade no Brasil?
Taline Schneider: Eu queria ter um filho sem necessariamente estar casada e então digitei a palavra “filho sem relacionamento” no google. Encontrei referências em dois artigos de um psicólogo e advogado e nesse material descobrir que essa possibilidade já existia no EUA e conta com seis sites para isso. Como aqui no Brasil ainda não existe um site específico para isso, resolvi desenvolver a ideia em outros espaços, como facebook e whatsapp, para aproximar pessoas com esse interesse e para que essas pessoas possam se conhecer.
OERJ: Como é realizado o encontro entre parceiros?
TS: As pessoas que entram no grupo do facebook podem ou não fazer sua apresentação, dizendo nome, cidade, idade, profissão… Além de dizer por que busca a coparentalidade e o que espera do possível parceiro. Já no grupo do whatsapp, os interessados devem fazer essa apresentação obrigatoriamente para a administração do grupo antes de ser incluído. Mas a pessoa só será incluída se estiver a par das regras que lhe são enviadas, entre as principais regras estão a proibição de doadores de sêmen, não promover encontros destinados para fins sexuais e não ofender os membros, em caso de descumprimento as regras haverá advertência e até exclusão do grupo. Assim como em qualquer outro grupo de facebook e whatsapp, existem regras a serem obedecidas para melhor convivência dos membros.
OERJ: É necessário a interferência de psicólogos, advogados para orientação do processo?
TS: No grupo realizamos discussões sobre o tema que é novo e não existem experiência práticas de crianças crescidas em família com esse formato. Conversamos e repassamos entendimentos e informações que se estende as questões psicológicas, legais/jurídicas, de inseminação artificial ou caseira, entre muitos outros assuntos. A orientação psicológica ou jurídica profissional deve ser uma escolha de cada um. Acredito que, num primeiro momento de tantas dúvidas, o ideal seria sim que os interessados pudessem ter orientações desses profissionais. É necessário escolher muito bem o profissional, priorizando aqueles que tendem a respeitar às diversidades.
OERJ: Por que as pessoas procuram a cooparentalidade para se tornarem pais?
TS:Elas buscam no intuito de ter um filho com planejamento e responsabilidade, mas sem a necessidade do casamento. O público alvo principal são gays; lésbicas; assexuais; homens e mulheres hétero, entre 30 e 40 anos, que já se desiludiram em relacionamentos e não tem mais tempo hábil para encontrar a pessoa certa. Também existem aquelas pessoas que por motivos diversos não querem casar e optam por permanecerem solteiras e não abandonam o sonho da parentalidade.
OERJ: Essa nova configuração familiar é vista de que modo pela sociedade?
TS: Uma parcela muito pequena da sociedade sabe da possibilidade dessa nova configuração familiar. Os mais conservadores poderão enxergar como uma “ameaça” à tradicional família brasileira. Mas não é uma ameaça. É apenas uma alternativa a pessoas que querem ter e amar seus filhos, sem a necessidade de manter um vínculo conjugal com o parceiro. Acredito que o tema possa esbarrar em muitas dúvidas e críticas da sociedade em função de questões religiosas e até mesmo jurídicas.
iG/VAVADALUZ
Ou seja: filho de chocadeira.
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