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QUEM NÃO TEM DINHEIRO CONTA HISTORIA – (porvavadaluz)

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A década era de 80, tempo em que para mim a visão do mundo era de que as tartarugas pulavam de galho em galho enquanto os macacos se arrastavam preguiçosamente, era a famosa e inesquecível época da DITA Dura.

Pois muito bem, famoso, comedor de gente viva, um verdadeiro canibal do sexo, um atleta não remunerado, que aliás culpo muito minha familia que ao invés de mandar-me a um psicanalista, ou algo assim para cuidar de minha compulsão sexual, chamavam-me de TARADO. 

  Pois sim, recebo um telefonema de um dos meus colegas do Hotel Tambaú onde disse o seguinte: Sr Walter, o Senhor precisa vir aqui, é urgente, já se passam três dias que uma funcionaria da Varig (Empresa adm. do Hotel à época) está hospedada aqui sozinha e alguns abestados já deram em cima dela, mas não conseguiram nadica de nada, acho que não falaram a língua dela. (falar a língua dela não é o idioma, pois a dita era brasileiríssima, e sim, dizer o que ela gostaria de ouvir e mostrar o que ela gostaria de ver).

Ontonce, negocio fechado, terminei meu expediente na Budget Rent a Car onde exercia a função de General Manager , banho, camisa de linho, calça slim, perfume Azarro, meias combinando com a camisa, sapato samello bico fino e uma maleta lotada de lábias e conversa fiada e afiada, parti para o Hotel Tambaú.

Em lá chegando, me acomodei confortavelmente em um Snack Bar que exista à pérgula da piscina, pedi um Johnnie walker Twelve Years old e fiquei na espera para dar o bote na presa indomável.

Avisada pela recepção da minha presença a sua espera, vi, sem acreditar o mensageiro acompanhando e vindo em minha direção, uma DEUSA em forma de gente. Era uma jovem de estatura mediana, dourada pelos raios do sol paraibano, olhos azuis cristalinos, boca de carmim, cabelos compridos e ouriçados, corpo escultural, nem as curvas da estrada de santos de Roberto Carlos,  sua voz quando a ouvi lembrei-me de Dulcinéia de Nelson Gonçaves, de Madame Pompadour, enfim, fiquei alguns segundos paralisado até a ouvir perguntar : Você tá Bem?

Sim, claro, respondi ainda atônito com tanta beleza e aquele perfume estonteante e embriagador.

Ontonce doravante foi só mentira, riqueza, separação, desquite, divorcio, aquela conversinha que todo cabra safado que nem eu diz pra enganar e conquistar uma mulher.

Continuei tomando meus Wiskys 12 anos como que querendo voltar aos 12 anos de idade e Ela pediu um Coktail de Frutas da época com Vodka Russa avisando ao Garçon que caprichasse bem na Vodka.

Tudo isso tendo como petiscos camarões Villa Franca empanado e lagostas ao Thermidor.

E assim se passaram as mais rápidas horas de minha vida, aproximadamente quatro horas, entre drinks e papos, quando a certa altura ela aproximou-se bem de mim, colocou seus olhos de cristal bem dentro dos meus ZOIÂO , tascou-me um ósculo frontal molhado e sussurrou no mais apertado amplexo : Beeeemmm… me leva pra um lugar onde eu possa ouvir uma boa musica regional e dançar, vaiiii me levaaaa vaiiii.

Já dizia vovô que quando a cabeça debaixo endurece, a de cima enlouquece, e o HOMI que só tem uma MULÈ é preguiçoso, foi o que aconteceu comigo, corri em pagar a conta que não quero nem lembrar o valor pra não ter raiva, segurei a cumade e matutei: Ela agora vai dançar o xaxado na Paraiba.

Abri a porta do MONZA CLASSIC quatro portas cinza metálico completo, que eu disse ser meu, mas era da empresa, claro, e parti rumo a uma seresta que tinha na entrada dos  bancários.

Haja vista o tempo no hotel a hora já era avançada e o ambiente estava superlotado, mas nada melhor do que o conservadorismo nesta hora e o Garçon nos recebeu aos gritos de que não tinha mesa mas ia arrumar uma pra mim, nem que tivesse de fabricar.

E assim o fez , colocando mesa e cadeiras para sentarmos em lugar estratégico para inveja de muitos que estavam de pé e assim continuaram.

Bem gentem ! a bem da verdade é que essa historia mesmo começa aqui e foi quando depois de bem acomodado aparece uma maquina mortífera que mais parecia um extra Terreste com três enormes faróis  dianteiros a iluminar e encandear os presentes.

Tratava-se de Francisco Manuel Viana da Luz, meu filho mais velho que pouco tempo depois viria a falecer vitima de acidente de moto.

Mas como CHICO era meu melhor amigo, um militar a Policia da Aeronautica e só me deixou lembranças boas, por isso tenho forças para lembrá-lo de forma alegre.

E foi assim, o transporte que ele estava estacionando era um TRICICLO RENHA (foto acima) que eu tinha adquirido de Wagner Monte logo após eu acidente com a perna, era uma maquina linda.

Ontonce, CHICO chegou  e deu boa noite Walter, e como meus filhos todos me chamam de Walter e não de Pai até porque meu nome é Walter e quanto ao Pai meu Vovô também dizia : Os filhos das minhas filhas, meus netos são, os filhos dos meus filhos, serão ou não.

Fiz uma ligeira e mau humorada apresentação pois sentia que um mal terrível iria acontecer e foi pensado e achado, quando CHICO perguntou se podia dançar com minha dama.

Antes de consentir fiquei matutando : Féla do Puta ! novo, bonito, com tanta mulher na festa ele foi escolher logo a minha? E os Wiskis, as Lagostas, os camarões e os Coktéis de frutas, iam tudo pelo ralo ?

E foi mermim assim, pegou a minha ex dama e desapareceu dentro do enorme salão que foi preciso eu pedir para o som parar inventando que quebrou uma corda da guitarra pois só assim eles voltassem.

Depois que apossou-se do meu BEM ele me deu um cheiro na cabeça e cochixou no meu ouvido dizendo : Véi, me empresta 30 reais ao pra o Motel.

Fiquei indignado e passei-lhe os trinta contos e aí aconteceu o pior, ele me Deu outro cheiro e disse :  Agora me empresta a chave do Carro aí, vai.

Bom, quando eu vi que já tava sem Mulher e ia ficar sem dinheiro, sem carro, e ter que ir pra casa de triciclo na chuva, me afastei um pouco e gritei para que todo mundo ouvisse :

OLHA ÁI CARA, TU TOMOU MINHA NAMORADA, NÃO FOI ? POIS AGORA EU VOU COMER TUA MÃE SEU FÉLA DA PUTA !

E assim o fiz, fui pra casa comer a velha Lia, minha amada esposa, mãe dele, que sempre estava a me esperar de coração, braços e pernas abertas.

Os presente ficaram INTE hoje sem entender como um velho dizia a um cabra novo que ia COMER a mãe dele e ele não reagia, POIS REAGINDO OU NÃO EU FUI MESMO

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