Pular para o conteúdo

POETAS SE DESPEDEM DO VATE VALDIR TELES EM VERSOS

Campeão nos maiores festivais
Repentista de grande transição
Era bom no repente e na canção
Forrozeiro também era aliás
Cravejou o seu nome nos anais
Dessa História maior da cantoria
Tão ligeiro o repente respondia
Mas, agora restou- nos a saudade
Valdir Teles foi para a eternidade
Enlutando de vez a poesia.

Glosa e mote: Silvano Lyra

CANTADOR REPENTISTA MAIS VELOZ/
VALDIR TELES ERA O SENA DO REPENTE/
SÓ AS RIMAS ANDAVAM EM SUA FRENTE/
DO SERTÃO COMPARADO AO AVELÓS/
É SEM DÚVIDA GRANDE PERDA PARA NÓS/
QUE OS SEUS VERSOS ERAM FEITO COM MAGIA/
O INFARTO TIROU A ALEGRIA/
NOS DEIXANDO UM OCEANO DE SAUDADE/
VALDIR TELES FOI PARA A ETERNIDADE/
ENLUTANDO DE VEZ A POESIA.

Heleno Louro
São José do Egito-PE

Nosso Poeta daqui
Repentinamente foi
Cada repente era um oi
Que acenava por aqui
Mesmo indo embora não vi
Nem vejo nenhum desdém
Pois o que fez segue além
Pra seus fãs a qualquer hora
Valdir Teles foi embora
Sem dizer nada a ninguém.

Silvano Lyra O Poetizante

Sua voz estridente e afinada
No seu verso ele tinha rapidez
Um poeta com toda altivez
Sua história irá ficar marcada
Bom amigo, bom pai e camarada
Onde estava mostrava alegria
Sem estudo mostrou sabedoria
Mesmo sem frequentar a faculdade
Valdir Teles foi pra eternidade
Enlutando de vez a poesia

Valdir Teles partiu tão de repente
Para ele não há substituto
O chapéu que usava de matuto
No cenário da vida foi presente
Cada amigo que chora hoje sente
Sua ausência seu verso e maestria
Que poeta com sua categoria
Que cantando ele foi assimidade
Valdir Teles foi pra eternidade
Enlutando de vez a poesia

Mote: Silvano Lyra
Escreveu: Davi Calisto

O que versa de improviso
Larga o lado controverso
Arquiteta todo verso
Buscando sempre o “preciso”
Incorpora todo siso
Nas correntezas da mente
E faz tudo coerente
Desde o piso até o teto
Verso como um arquiteto
Mas, visto como um servente.

Glosa e mote: Silvano Lyra O Poetizante

Waldir Teles um guerreiro
Um cantador responsável
Lutador e incansável
No papel de violeiro
Cantor no Nordeste inteiro
Um cantador viajante
Na Capital Bandeirante
Sempre tinha cantoria
A árvore da poesia
Perdeu um galho importante.

Bernardino Bezerra 23/03/2020.

Amanhece mais pobre a cantoria
Valdir Teles desfalca a seleção
Nunca mas ouvirei o seu baião
Uma estrofe ficou sem poesia
O repente perdeu a maestria
Um docente que falta na escola
O gatilho do verso não decola
Um vate da trova se ausenta
Um poeta que morre representa
Uma corda quebrada na viola

Mote e glosa Juca Ranufo

A filha do poeta, Mariana Teles, advogada, escritora e poetisa como o pai, se despediu dele assim:

Meu pai é o grande amor da minha vida, jamais vou permitir conjugar qualquer verbo em relação a ele no passado. Meu pai é antes de qualquer outra coisa um cidadão de bem, um pai abnegado, um amigo dos amigos. Sua história na cultura popular dispensa qualquer referência. Era um apaixonado pelo verso de improviso, desses que não se via uma semana sem palco ou pé de parede, redutos onde ele construiu o nome e educou com dignidade quatro filhos.

Mas meu pai foi antes de tudo um grande parceiro meu, um grande amigo. Maior entusiasta das minhas conquistas, aos olhos dele eu sempre fui muito maior. Do seu jeito matuto, saí grandes pérolas de demonstração de afeto sem precedentes.

Meu pai faleceu hoje sem me dizer um único NÃO na vida. Eu precisei ouvir tantos e ainda ouvirei. Mas ele sempre tentava construir o sim e me mostrar os caminhos. Aliás, ser sua filha é a palavra mágica que me abre portas em tantos caminhos.

Meu pai tem um patrimônio incalculável de amigos, por toda parte, todo extremo.

Eu nunca me imaginei escrevendo isso.

Meu pai descansou na Serrinha, na nossa pátria. Onde cresceu, onde me ensinou a amar.

Eu estou em Recife, sem saber com qual coragem chegar na Serrinha ainda. Mas parece que estou vendo ele me dizer: “Deixa se ser mole, menina mole. Parece que só tem coragem na língua.”

E não é que eu sou mole mesmo, Painho?

Mas até nisso eu sou tu.”

DA REDAÇÃO

2 comentários em “POETAS SE DESPEDEM DO VATE VALDIR TELES EM VERSOS”

  1. Boa tarde ,
    Sou fã de Valdir Teles e gostaria de prestar minha homenagem:

    Com a perda desse grande menestrel
    A resposta do MORÃO é devagar
    O GALOPE padece na beira mar
    A procura do naufrágio do CORDEL.
    A SEXTILHA desistiu do coquetel
    Sem seus versos não há profilaxia
    DECASSÍLABO já divulga a pandemia
    O QUADRÃO decretou calamidade
    Valdir Teles partiu pra eternidade
    Enlutando de vez a poesia.

    Por: Primo Poeta (Jardim do Seridó-RN)

Não é possível comentar.