A colunista Fátima Protti aponta alguns fatores orgânicos e psicológicos que podem acarretar na falta de desejo sexual
“Vou completar 40 anos e há alguns meses perdi a vontade de transar. Para falar a verdade, sempre senti dor nas relações e nunca soube o que é esse tal de prazer. Existe algum especialista que pode me ajudar?”
É comum que as dores ocorram nas primeiras relações sexuais pela pressão do pênis na entrada da vagina e afastamento das paredes internas. A intensidade e o tipo de dor é específico de cada mulher – queimação, dor e ardor – e tende a desaparecer após a terceira relação. Se continuar, procure o ginecologista para descartar a existência de problemas orgânicos.
A expectativa com o momento da penetração, na primeira relação sexual, pode inibir ou romper com a excitação, provocar uma contração de toda a região pélvica e do introito vaginal, impedindo a expansão vaginal em largura e comprimento e uma boa lubrificação, dificultando assim a entrada e os movimentos do pênis dentro da vagina. A expectativa da dor poderá se repetir e comprometer as futuras transas.
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As dores recorrentes caracterizam uma disfunção sexual chamada dispareunia, quando provocam sofrimento ou dificuldades nas relações interpessoais. Elas podem indicar problemas de origem orgânica ou psicológica.
Nos fatores orgânicos estão: infecções provocadas, por exemplo, pela candidíase; doenças de pele na região genital; DSTs ; irritação ou infecção urinária e do clitóris, além de outras doenças que acometem a região genital, incluindo o ânus.
Nos aspectos psicológicos, encontramos uma educação repressora, construída com preconceitos e tabus sexuais. Esses conteúdos acionados inconscientemente durante a transa geram tensão, contração dos músculos em geral e consequentemente provocam as dores durante o coito. Traumas, dificuldade em lidar com aspectos da sexualidade, culpas de cunho religioso ou moral, falta de desejo ou problemas no relacionamento com o parceiro também podem gerar o sintoma.
A persistência das dores irá interferir negativamente no desejo sexual, no orgasmo e, com o tempo, a mulher passará a evitar o sexo. Em alguns casos, pode desenvolver um quadro de vaginismo, disfunção sexual caracterizada pela contração involuntária dos músculos que estão ao redor do introito vaginal, impedindo de forma parcial ou total o coito.
Cara leitora, não sei há quanto tempo sofre com as dores, mas seu relato sugere um quadro de dispareunia. Se você já conversou com o (a) ginecologista e se certificou de que não há problemas orgânicos, minha indicação é procurar uma terapia sexual. A partir de técnicas científicas e específicas serão tratados os aspectos psicológicos, comportamentais, expectativas em relação ao medo da dor, relaxamento, adquisição de confiança e melhora no desempenho sexual do casal. Dessa forma, você poderá experimentar o prazer sexual que nunca sentiu.
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Fátima Protti é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora do livro “Vaginismo, quem cala nem sempre consente”. Escreva para a colunista: [email protected]
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