Por falta de encorajamento em conhecer as próprias partes íntimas e até falta de informação sobre elas, muitas mulheres não são nada felizes com as características da vulva e da vagina. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o número de labioplastias (cirurgia que diminui os grandes lábios, na parte externa da vagina) feitas no Brasil praticamente duplicou de 2015 para 2016, passando de 12,8 mil procedimentos para 23,1 mil.

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Pepinos na vagina? Nada disso! Além de não trazer resultados positivos, a técnica pode fazer mal para a mucosa
 

Além do formato, outro aspecto que desagrada muitas mulheres é o odor natural da região. Apesar de haver uma infinidade de produtos bizarros que prometem deixar a vagina cheirosa – como lenços, sabonetes e até desodorantes – nas prateleiras das farmácias, a ginecologista Mariana Maldonado explica que região vaginal tem, sim, um odor natural. Segundo ela, algumas doenças e o uso de produtos inadequados podem até acentuar esse cheiro, mas, aparentemente, isso não impede as pessoas de criarem  cada vez mais técnicas malucas para eliminá-lo. A da vez é uma limpeza interna feita com pepinos.

 

Isso mesmo, pepinos. Basta uma simples pesquisa sobre o tema no Google para ver que a ideia (bastante errada, diga-se de passagem) de  colocar ninhos de vespa dentro do canal vaginal para enrijecer e clarear a mucosa não é a única técnica bizarra que blogueiras divulgam como milagrosas. Uma das mais populares é essa em que a mulher é orientada a descascar o legume e inseri-lo no canal, girando-o algumas vezes. Algumas das adeptas da prática sugerem ainda dormir com o pepino você-sabe-onde, tudo sob a premissa de que os nutrientes dele “ajudam a limpar a região e manter um odor agradável”.

Riscos à saúde 

Se você está pensando algo como: “Eu não faria isso nem em um bilhão de anos”, está indo no caminho certo. Inserir um pepino, um ninho de vespas, uma mistura de água com óleo de melaleuca na vagina ou qualquer tipo de lavagem interna – mesmo que apenas com água – podem, na realidade, fazer muito mal para a região íntima.

 

“É um tiro no pé porque aumenta as chances da mulher ter infecções”, afirma a ginecologista, explicando que esses processos removem a defesa natural do canal vaginal, deixando-o desprotegido. Além disso, algumas substâncias podem irritar a mucosa, trazendo reações nada agradáveis. O correto, segundo ela, é utilizar um sabonete neutro para limpar a região, mantendo a substância apenas na parte externa, nunca dentro da vagina.