A exposição “Ancestralidades & Evidências” de Jacira Luz Garcia (Blog do Prof. Neto Lira)

A exposição “Ancestralidades & Evidências” de Jacira Luz Garcia

No dia 06 de junho de 2024, estive no Centro Cultural São Francisco na exposição “Ancestralidades & Evidências” da geógrafa e ceramista ingaense Jacira Luz Garcia, que teve curadoria de Jéssica Teles. Com o auxílio da Prefeitura de Ingá, Secretaria de Turismo na pessoa de Vavá da Luz e Secretaria de Cultura, pude participar da exposição dessa filha da terra que muito bem valoriza nossa história e cultura perpetuando as inscrições rupestres das Itacoatiaras do Ingá por meio da sua arte.

É uma experiência única ver as obras da Jacira da Luz Garcia de perto, a sensibilidade com que ela nos traz um novo olhar para com as inscrições da Pedra do Ingá, nos faz certamente repensar sobre o nosso papel de preservadores de tão importante patrimônio ingaense e nacional. Como sabemos o sítio das Itacoatiaras do Ingá (PB) é o conjunto de gravuras rupestre mais expressivo do Brasil. Ele foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 29 de maio de 1944, sendo inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes e no Livro do Tombo Histórico, com a característica ímpar de ser o primeiro sítio de arte rupestre protegido no Brasil. Tal patrimônio já foi objeto de inúmeros artistas, como a exemplo Lula Côrtes e Zé Ramalho no clássico “Paêbirú”. E Jacira, hoje, faz parte desse Hall de artistas que certamente serão lembrados no futuro pelo seu significativo trabalho.

Ao ponderar sobre a ceramista Jacira percebi que a mesma vem de uma família de pessoas suscetíveis a arte, como a exemplo da literata Miriam da Luz e do poeta Vavá da Luz, filhos do Ingá, cujos trabalhos também tive contato. Então, foi natural que ao ver as Itacoatiras do Ingá ao longo de sua vida, sua persona artística ter sido ativada, assim como tantos outros que ao olhar para a pedra se conectaram com a mística da mesma e com a nossa ancestralidade, como muito bem Jacira se imbuiu. Hoje, ela faz parte do grupo de defensores desse tão importante patrimônio de Ingá, mas também da Paraíba e do Brasil como um todo e tudo isso através da arte, da sua argila. E qual maneira mais bonita de lutar pela valorização e conscientização da preservação de algo, se não pela arte? Por isso, acredito e afirmo com total certeza que o trabalho de Jacira da Luz Garcia é exemplo para os habitantes de Ingá e certamente reverberará pelas gerações, onde futuros pesquisadores contarão a sua história e seu papel significativo para a cultura do Ingá.

No mais, deixo algumas imagens da exposição e informo que a mesma está aberta a visitações. Horário de visitação: Ter à Sáb, das 9h às 15h30, Dom, das 9h às 14h30. Centro Cultural São Francisco.