Por que não seria? Porque ele é muito estridente, exagera nas coisas que posta nas redes sociais e é espaçoso. Gosta de mandar, e pouco de obedecer. Quando menos se espera, destrava a língua e diz uma enorme besteira, difícil de ser reparada. Uma pena.
É bom tê-lo por perto e escutar suas sugestões, mas no governo seria uma fonte de problemas. Diferente de Jean Wyllys, que acaba de ganhar um cargo na Secretaria de Comunicação Social da Presidência, indicado por Janja, a primeira-dama.
Wyllys é discreto, não se atrita com ninguém, não quer ocupar espaços, sabe trabalhar em equipe, e mede as palavras antes de proferi-las. Está longe de querer chamar atenção para si. Opera em silêncio. E tem muito a contribuir para o sucesso do governo.
Veja a primeira contribuição que deu: criticou Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, por ele ter dito que manterá o modelo educacional das escolas cívico-militares criado no governo Bolsonaro, e agora extinto por Lula.
Wyllys chamou Leite de “Gay com homofobia internalizada”. Escreveu nas redes sociais:
Que governadores héteros de direita e extrema direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, ‘bee’ (gíria para homem homossexual).
Leite é gay, ele mesmo o disse ao aspirar ser candidato a presidente no ano passado. Mora com o marido no Palácio Piratini, residência oficial do governador do Rio Grande do Sul. Com ele, já posou para fotos ao lado de Lula e de Janja.
Wyllys também é gay. Como deputado federal, sofreu o diabo para se afirmar e foi alvo de ofensas disparadas na Câmara por um colega, esse sim, homofóbico, um tal de Bolsonaro. Ameaçado de morte, renunciou ao terceiro mandato e foi para o exílio.
A resposta educada de Leite serviu para realçar a grosseria estúpida do novo servidor do presidente que se elegeu com a intenção declarada de pacificar o país:
“Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Eu lamento a sua ignorância”.
Ignorância é pouco. Todos lamentamos.
E catinga de furico cada vez aumenta mais…..
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