S O L I T Á R I O
Augusto dos Anjos
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta !
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta…
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisiva corta !
Mas tu não vieste ver minha Desgraça !
E eu saí, como quem tudo repele,
Velho caixão a carregar destroços…
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos !
COMENTÁRIO:
Augusto em muitos de seus poemas sobrecarregavam cargas pesadas de dor e de pessimismo. Ao ler alguns de seus poemas em sua obra “EU”, pude observar essas características tão marcantes.
Analisando bem esse poema (Solitário), acho que o mesmo difunde os sentimentos da poesia lírica. Pois na época Augusto foi rotulado ou chamado como um autor de vocabulário de “mau gosto”. Não concordo que esse seja um dos seus defeitos. ELE parece exprimir todo este mal em seus versos, tornando-os chocantes e atordoantes.
Acho que, não devemos culpa-lo de suas verdades.
Então josué disse a acã:”meu filho ,para a glória do senhor , o Deus de Israel ,diga a verdade .conte-me o que vc fez ;não me esconda nada ” Josué 7:19
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