Doutor, eu sei que errei, Poeta é como passarinho
Por dois fatos: dama e porre Que quando está na cadeia
Por amor se mata e morre Sua pena fica feia,
Eu não morri , nem matei Sente saudade do ninho,
Apenas prejudiquei Do calor do filhotinho,
Um ambiente de classe Do fruto da imensidade
Depois de apanhar na face, Se come , deixa a metade
Bati na flor do meu ramo Da ração que o dono bota
Me prenderam porque amo, Se canta, esquece uma nota
Quanto mais se odiasse. Da canção da liberdade.
Poeta mesmo ofendido Doutor, se eu perder meu nome
Ainda oferece afeto Não vejo mais que me empreste,
Faz pena dormir no teto, A minha mulher não veste,
Da morada do bandido A minha filha não come,
Se humilha, faz pedido A minha fama se some,
Ninguém escuta a voz sua Para nunca mais voltar
Sem ver o sol, nem a lua, Não querendo lhe comprar,
Deixando um espaço aceso, Pois humildemente lhe peço
Para que um poeta preso Por favor, rasgue o processo
Com tanto ladrão na rua ? Deixe o poeta cantar !
Sei que não sou marginal, MUITO LINDO !
Mas por ciúme de alguém
Bati pra fazer o bem,
Acabei fazendo o mal
Eu tendo casa, quintal,
Portão, cortina e janela
Deixei pra dormir na cela
Com minha cabeça lesa,
Só sabe a cruz quanto pesa
Quem tá carregando ela.
Eis aí, um dos poemas mais lindo que li até agora!
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