Depois de a estrela ter guiado os reis magos até ao presépio, o porteiro do céu interrogouse: «Que vou fazer desta nova estrela? Onde vou colocá-la?» Percorreu o céu todo, deu uma volta pelas constelações e perguntou às miríades de estrelas se não poderiam apertar-se um pouco mais, arranjar um pouco de espaço, um lugarzinho para esta recém-chegada… —
Nem pensar — responderam elas, — estamos assim desde sempre, e é impossível alterar a ordem em que nos encontramos! Da Via Láctea veio a mesma resposta dada pela voz da Ursa Maior: — Não há lugar! «O que vou então fazer?», interrogou-se ele.
«O destino desta estrela é especial, pois guiou os magos até ao Salvador do mundo. Obedeceu a leis diferentes. Está muito próxima da Terra… Mesmo pertinho da Terra… Claro, eis a solução! Vou dá-la ao mundo!» Foi então o porteiro do céu para a sua oficina e, ali, dividiu a estrela em mil bocados, em mil brilhos com que encheu o seu avental.
Depois saiu e, qual semeador, lançou à Terra esses mil pedacinhos de estrela… Cada um deles foi para um lugar especial. Uns foram cair nos hospitais e transformaramse em luz de presença para os doentes que tanto precisam dela para não ficarem angustiados durante a noite.
Outros desceram até ao fundo das minas, onde os mineiros precisam de ter uma lanterna que os guie. Outros transformaram-se em faróis e guias no mar, e muitos ainda caíram nas prisões para lembrar a esperança a quem lá permanece. Porém, a maior parte veio habitar no coração dos homens. Cada um de nós recebeu um pouco de brilho da Estrela de Natal. Compete a cada um e a todos fazê-la brilhar…
Anónimo
Linda alegoria. Que um pouco de brilho possa iluminar cada coração, trazendo esperança e paz.
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