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Blog do Vavá da Luz

CLUBE DA HISTORIA EM : O Natal do ratinho Mortimer

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Um ratinho chamado Mortimer vivia numa grande casa, num buraco escuro debaixo das escadas. Nunca ninguém reparava nele e Mortimer preferia que assim fosse. Mas não gostava nada do seu buraco.  É demasiado frio. Demasiado apertado. Demasiado assustador!  guinchava o ratinho. E todos os dias se esgueirava para fora do buraco à procura de petiscos e migalhas. Um dia deparou-se com algo de novo. E o que viu era simplesmente maravilhoso: uma árvore enorme coberta de luzes que brilhavam e, no cimo, uma estrela brilhante! Mas havia algo, em cima da mesa ao lado da árvore, que era ainda melhor do que a própria árvore.

Mortimer suspirou, deliciado:  Uma casa mesmo do meu tamanho! Só que a casinha ficava lá bem no alto e Mortimer era tão baixinho…  Vou subir pela árvore  disse ele com os seus botões. Na verdade, a árvore parecia a escada ideal… para um ratinho… Mas, à medida que Mortimer subia, os enfeites, claro está, caíam… Por fim, o ratinho chegou à altura da mesa.  Excelente!  exclamou.  Aqui não está frio, e este lugar nem é apertado nem assustador. E que acolhedor! Mas… quem são vocês? Mortimer nunca vira pessoas tão pequenas. Quase tão pequenas como ele! E nunca vira animais tão estranhos… Toc… toc… toc… Mortimer bateu à porta, mas ninguém respondeu. Toc… toc… toc… Ninguém mexia um dedo que fosse.  Estou a ver  disse.  Vocês não são verdadeiros, não passam de figuras! E então Mortimer empurrou… e empurrou… E, uma por uma, transportou as pequenas figuras para fora da casa. Quando chegou a vez da figura mais pequenina, o nosso rato viu que era… um bebé. Um bebé deitado numa cama de madeira que tinha precisamente o tamanho de Mortimer!  Aqui não há lugar para ti  disse ele.  Vá, toca a sair. E logo se enfiou na cama, adormecendo de imediato na palha fofa e quentinha. No dia seguinte, Mortimer saiu de novo para procurar uns bons pedacinhos de biscoito, bolo de frutas e rebuçados de hortelã-pimenta. Mas, quando voltou à sua nova casa, as figuras estavam novamente no mesmo sítio. 

Não, não e não!!!  guinchou Mortimer.  Assim não pode ser! Não há lugar para mim! E então… E então Mortimer empurrou… e empurrou… e de novo as pequenas figuras foram expulsas da casa.  E nem se atrevam a voltar!  avisou. Mortimer meteu-se na cama e adormeceu de imediato na palha fofa e quentinha. Todos os dias, porém, quando Mortimer saía para procurar comida, as figuras voltavam ao mesmo lugar. E Mortimer novamente as empurrava e transportava para fora. Até que um dia… Ao sair da casinha, Mortimer viu algumas pessoas reunidas à volta da árvore. Como não podia chegar perto, escondeu-se no meio das figuras. E um homem começou a falar. Mortimer pôs-se à escuta. E o que ouviu era tão maravilhoso!  Porque é véspera de Natal, vou contar-vos a história do Natal  disse o homem.  Há muito tempo atrás, numa pequena cidade chamada Belém… E o ratinho ficou a saber muitas coisas sobre José, Maria e sobre uma estrela brilhante.

Também ficou a saber que havia pastores que vigiavam os rebanhos de noite e homens sábios que tinham vindo do Oriente. O homem continuava…  E não havia lugar para eles na estalagem. Foi então que Mortimer ouviu falar de um bebé. Um menino nascido num estábulo, que não tinha uma cama verdadeira e que teve de dormir numa manjedoira… Um bebé nascido para salvar o mundo!  E o Seu nome será Jesus  concluiu o homem. Mortimer olhou para a estrela cintilante no cimo da árvore. Olhou para a sua nova casa. E para a sua nova cama. Olhou para as figuras. E, por último, olhou para o menino.  Estou a ver  suspirou  não és uma figura qualquer. És a imagem de Jesus.

Mortimer chiou e fungou. E uma lágrima correu-lhe pelo focinhito abaixo…  Não havia lugar para ti na estalagem… Mas eu cá sei onde há um lugar para ti! E então… Mortimer empurrou… e empurrou… Em breve, todas as figuras estavam de volta à casinha que lhes pertencia. Por último, colocou o bebé na manjedoira.  Esta é a tua cama  disse. E sorriu.  Agora pareces bem mais quentinho e confortável! Só restava a Mortimer voltar para o seu buraco frio, apertado e assustador. Enquanto descia pela árvore, fez um pedido:  Jesus, tu vieste salvar o mundo. Será que não poderias arranjar também uma casinha para mim? Foi então que Mortimer avistou algo… E o que viu era tão maravilhoso! O ratinho suspirou, encantado:  Uma casa mesmo do meu tamanho! Não havia figuras em lado nenhum. E Mortimer mudou-se imediatamente.

 Obrigado, Jesus  disse.  Também tu arranjaste um bom lugar para mim!

 

 

Karma Wilson and Jane Chapman Mortimer’s

Christmas Manger New York, Margaret K. McElderry

Books, 2005 (Tradução e adaptação)

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