Hoje eu tenho a certeza de que o maior patrimônio em vida que o ser humano pode contemplar é a trajetória de um filho. Em 1989, nasceu Carlos Pedro Sousa Marques, um filho que confirmamos a gravidez de Ana ainda no primeiro mês de casados. Ele nasceu antes dos 9 meses, e seu nome foi escolhido em homenagem aos dois avôs.
De imediato, tivemos a notícia de que ele teria que enfrentar alguns desafios, como a cirurgia de uma hérnia inguinal devido à prematuridade do nascimento, e logo após, a intolerância à lactose. Com o apoio dos avós, todos os sábados íamos ao Boqueirão abastecer as garrafinhas com leite de cabra para alimentá-lo.
Apesar de todos os cuidados, me surpreendia com aqueles olhos brilhantes quando eu chegava de Taperoá, onde eu trabalhava como bancário, e à noite pegava Pedro para ir à casa da avó. E, claro, havia os momentos de regurgitação do batgut de morango com leite de vaca que ele recebia na camisa.
De algumas travessuras da infância, vieram os carros que ele gostava de tirar de marcha, uma descida na garagem, e outra na fazenda, já mostrava que ele ia ser um grande motorista. Quando da chegada de Artur, meu segundo filho, os dois celebraram o amor de irmãos que até hoje nós agradecemos, pois nunca nem eu nem Ana separamos uma briga dos dois, coisa normal entre irmãos.
Sigo olhando e vendo seu crescer, Pedro ficou reprovado, e vi que com 16 anos incompletos, muita coisa podia mexer na sua formação. E sentei com ele e propus a ideia de ir morar em João Pessoa sozinho, para poder cursar e pagar a dependência. Era ousado, desafiador, mas ele aceitou o desafio. Pedro passou um ano longe e voltou para fazer o 3º ano científico em casa, passou no vestibular e voltou para João Pessoa, onde concluiu seu curso morando sozinho.
Algo chamava a atenção: era a volta para casa na sexta-feira, Artur descia e ficava na garagem esperando Pedro chegar depois que ele avisava que tinha passado no Riachão do Bacamarte. E Pedro encontrou Gabi, e esse amor desde nosso primeiro encontro eu já disse a Ana: “É a escolhida por Deus”. Os dois são respeito, companheirismo, vida e luz.
Frei Martinho, Santa Rita, Riachão do Bacamarte, Guarabira, Picuí, Boqueirão, Alcantil, Patos, Arcoverde, Garanhuns e Recife são cidades que Dr. Pedro tem seu trabalho como médico. Mas uma coisa me chama a atenção: é o orgulho de seus pacientes dizerem a mim da grandeza do atendimento por ele dispensado.
As idas para São Paulo fazer a especialização na “Santa Casa de Misericórdia” abriram novos horizontes, network e construção de pontes para o hoje. Surge o psiquiatra que escuta, cuida e ama o que faz, e na essência maior do ser humano, gosta de outros seres humanos e salva vidas.
Nasce MC, “Maria Cecília”, minha neta, e nesse momento vejo na escolha desse nome a repetição da escolha de seu nome, onde agora as avós de MC são homenageadas em laços de muito amor. Nesse momento, paro e releio minha narrativa. Podia descrever muito ainda, mas uma coisa me faz o olho molhado: eu faria tudo outra vez. Jamais essa história seria essa se o joelho não fosse dobrado, se nas minhas quedas teu olho não tivesse comigo, nas nossas discórdias não existisse a lição e se na oração não existisse o amor.
Filhos são quatro: Pedro, Tuca, Ana Carla e Ana Bia, e eu conto de todos um conto de amor e muito amor. Esse em especial é dos 36 anos de Pedro. Depois conto dos outros. Ana, a música completa no outro verso diz: “O olhar de minha mãe na porta e eu deixei chorando a me abençoar”.
Ana é o amor maior.
De um dia de domingo
07/09/2025
Carlos Marques Dunga Jr
Emocionante. Felicidades para Carlos Pedro e sua linda família.
Muito lindo, Emocionante. Felicidades para Carlos Pedro e sua linda família.