TXAI
“Mais que amigo, mais que irmão, a metade de mim que existe em você, e a metade de você que habita em mim”.
Descobrindo que essa porção da metade que habita em nós pode ser a porção que cura, que agrega, que solidifica, que acrescenta, que inspira, que une: que, sendo verdade, sendo ainda mais amor, ele transborda a plenitude da vida, pois tudo isso dessa metade mágica é o respeito.
Todo esse conceito que é narrado desde o princípio, desde o início de tudo, é refeito, recriado, reeditado na construção desse novo ser, que por séculos se reinventa, na mais diferente forma de um ser humano. Ainda que, por mais que tenhamos aprendido, ainda caiamos, levantamos, choramos, rimos disso tudo, e, o mais tenso, é que novos séculos, com certeza, virão a seguir, e não podemos reeditar erros e tropeços, se temos a grande chance de podermos ser melhores do que somos.
Na firmeza de minha coragem, reerguido de todas as minhas forças, amparado nessa união de nós, será o respeito na sua essência, que me faz parar diante do algoz, perdoar a injustiça, caminhar entre as brasas, rir diante dos dias, olhar para sempre a luz do horizonte que me chama, andando sempre no compasso dos passos que me levam, fortalecido na fé da minha crença, onde tudo tem ressignificado, quando de perdão e aprendizado, quando ressuscitado em resiliência… vivo.
Como tudo é muito simples na linguagem da tribo Kaxinawá, que traduz isso tudo em TXAI, cantado pelo mestre Milton Nascimento, e hoje relatado pelo meu eu – esse que “tudo se chama nuvem, tudo se chama rio, tudo que vai nascer”, preparado sempre no amor de meu Deus, que está vivo.
Calçado com as sandálias nos rastros dos tempos idos, alimentado pela vontade do bem, sigo no trânsito desse caminhar, atento para não ser atropelado na faixa do pedestre que não é respeitado, não ser abatido por quem não respeita o semáforo da esquina, e insiste em avançar no sinal vermelho, ou, ainda, esmagado pela velocidade sem limite.
Insistirei nos dias que terei adiante de meu caminhar, formado na universidade da vida de hoje, embalado pelo melhor de mim, pois “Txai é a fortaleza que não cai…”, e, junto daquele que também caminha nessa direção, construiremos o melhor de nós, pois lá, onde tantas lembranças vamos contar, seremos luz, paz e amor.
Para você digo Txai, e você, diz Txai para quem?
Carlos Dunga Jr.
De um dia de Domingo, 20/08/23
Incrível os textos que Dunga nos traz todos os domingos! Excelente!! Txai pra vida!
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