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Quando criança vivi várias emoções, sendo que duas eram sempre no Carnaval… (Carlos Marques Dunga Jr)

A primeira, quando era inverno, e o açude de Boqueirão começava a sangrar, e lembro bem em 1974 e 1977 que foi dado um alerta à população, para, caso aumentasse a sangria, teriam que evacuar a cidade.
Eu morava na Félix Araújo, número 6, perto da rua Oliveira Ledo que fica na beira do rio. Era um misto de preocupação e curiosidade de menino. Junto a outros tantos, discutíamos para onde iríamos todos, e o tão esperado anúncio que era para a casa de zinco. Mas, tudo era dispersado com o maior carnavalesco de toda a cidade, “Cícero de Leocádia”, que descia a rua levando o grito de Carnaval por todo lugar.
Outra grande emoção, nas cidades do interior, era a volta da energia quando apagavam as luzes no inverno, especialmente depois de uma trovoada ou chuva grande.
Minha gente, a emoção da cidade do interior para quando volta a energia é uma coisa indescritível. Todo mundo gritava e virava uma festa. Era pura efervescência de uma noite de Carnaval, uma alegria que toda a cidade ria, risos largos e aclamados por toda a população.
Dessas duas emoções me vêm várias lições. Na hora da tragédia, aguardar o próximo passo, e na hora da escuridão, aguardar e gritar alto, celebrar a claridade das horas com toda sua força.

De um domingo de Carnaval
02/03/25
Carlos Marques Dunga Jr

1 comentário em “Quando criança vivi várias emoções, sendo que duas eram sempre no Carnaval… (Carlos Marques Dunga Jr)”

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