É, Maria Cecília, nove meses de uma espera em que, somados os dias, horas e minutos para nosso encontro, escolhi para escrever agora, ouvindo uma trilha sonora que se inicia com Prelúdio em dó maior, onde, entre as subidas e descidas das notas, remeto-me à caminhada em direção ao hospital, onde chegava à espera do seu encontro.
A Ave Maria escutada naquelas 18h do dia 23/03/23, era a oração do amor, em que pedi por você, Gabi e Pedro.
Esse seu avô é mais um avô que também já passou e teve esse momento ímpar. Olhei para Ana Cecília, sua vó, e em voz embargada disse: a vida em nós valeu de verdade, Deus nos concede esse momento, ver nossa neta… é luz, é paz e é vida.
Perpetua-se agora nosso estar; contabiliza-se agora o fruto de amor; consagra-se agora a crença do bem; nasce, agora, do ventre da mãe Gabi, o fruto bom que vem semeado de ensinamentos de uma vida.
Na espera de sua chegada, entra na sala de parto um arsenal de anjos e arcanjos que jamais ví, flutuando em todas as notas do prelúdio, com sorrisos largos – Dra Bia Barreto, Dr Paulo Martins (o vimos nascer junto de Pedro), e Dra Anelis Freitas, jovens médicos que, na competência mostrada, lançam sintonia, competência, humanização, tempos pós-modernos, e traduzem, nos olhares, vida e segurança aos que ansiosos aguardam o choro de vida.
Menina linda… quando do primeiro sinal seu, foi o choro de 5 segundos, ouvido por todos – tocou minha alma a força do que me aguardava.
Ainda embargado e marejados os olhos, vi no corredor o sinal que me faz tropeçar e cambalear até agora: seu pai traz em seus braços sua filha. Eu mirei seus olhos, e num é que você me olhou de frente?!… Eita, menina linda, entendi quem sou, por que sou e para que sou.
Agora, já ouvindo em Hallelujah, lembro dos meus passos aos 22 anos de idade, na direção do mesmo corredor, indo buscar Pedro, nos braços de sua tia, Dra Carleusa. Lembro bem do seu primeiro olhar, e saiba que foi sentimento igual. Um dia, contando a Cecília, diga que o amor é quente, enfraquece as pernas, mareja os olhos e aperta o peito.
Hoje, aos 56 anos de idade, saiba, minha neta, um dia lendo este texto, que seu avô errou e acertou; caiu e levantou; construiu e edificou o bem para o bem; lançou a ousadia e a vanguarda como meta, para que fosse contada a história boa; teve medo, chorou; corria para debaixo da cama, e que pedras jogadas foram juntadas na construção do caminho do bem.
Maria Cecília, nas muitas conversas e encontro com Deus, eu perguntei como eu faria para agradecer o grande momento que Ele me concede em vida, e, no seu olhar, você me mostra que é muito maior o que tenho a fazer do que o que já fiz.
Vi que tenho que ser melhor e maior do que fui ontem, que tenho que espalhar o amor para os que são do amor, que ficarei em orações nas preces de minha fé, que amarei você a cada dia, como quem rega a planta boa.
Aos avós, como eu, sacrossanto é o amor terno, que nos invade. Robusto e forte, é o coração valente dos avós.
Meu filho me apresenta sua filha, e, meu pai… aqui está sua bisneta. É a vivência do agora e do hoje, que me remetem à plenitude do amor.
Amo você!!!
Dunga Jr
De um dia de domingo 26/03/23
Lindas palavras, sábias, forte. O sentimento que é sentido nesse momento, você consegue expor e colocar aos leitores a ler e compreender a emoção que transborda, que Deus abençoe essa linda que veio ao mundo para abrilhantar mais a vida de vocês, e saúde a todos para acompanhar essa jornada.
Sucesso Dunga
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