Ouvindo eu e meu querer
Essa semana me encontrava relendo um clássico de Augusto Cury, O maior Líder da História (2020), e ouvindo Fagner e Zé Ramalho, cantando Dois Querer. Lembrei de que, hoje, escuto a mim e escuto os outros, leio a mim e depois os outros, interpelo a mim e depois os outros, discuto comigo e muito calo diante dos outros; defendo, contesto e até ainda sofro comigo e tenho sentimento de dó, para onde caminham alguns dessa tal humanidade.
Na página 188 do livro, ele diz: “…seus discípulos não compreendiam seu desprendimento da fama. Eles amavam como sedentos no deserto. Alguns deles, como os irmãos João e Tiago, tinham fome de sede e poder. Por meio de ser questionado pelos demais, usaram a própria mãe para sugerir a Jesus que, em seu reino, que supunham ser político, um deles se sentasse a sua direita, e outro a esquerda… Criticados pelos outros… Advertidos pelo mestre que disse: – Não sabem o que me pedem. Podem beber o cálice que eu beberei? E eles disseram sim…”
Mais adiante ele descreve que “o fariseu ainda persiste no âmago do ser humano, alguém que é hipócrita e paradoxal, que cuida do trivial, mas esquece o essencial…”
Aí segue a saga Dois Querer da música, “tem muito querer debaixo dos pés desses dois querer como água do riacho barrada para não correr…”
No meio disso tudo, sigo meu caminho entre o alvo e a seta, procurando e convivendo com os sobreviventes de um mundo pós-pandemia, e, neste caminho, os fariseus serão expulsos do templo outra vez, por nosotros cavaleiros do vinho e do pão, semeadores do grão bom, que poderá eclodir em árvore boa, de fruto que alimentará o pássaro de canto firme.
Cabe a mim e a você, leitor, entendedor, vivedor, desses tempos afins, onde vê o homem negar o que foi construído pelo outro homem, no sentido de um bem comum, na troca do interesse próprio, onde se matam as crianças na escola, em troca do like ou da visualização da rede, onde a fakenews prevalece, onde eu e você podemos fazer muito mais – compartilhando, cocriando, refazendo em várias cabeças, braços e mãos, sem sabotagem.
Resta-nos o exercício do autocontrole na essência, no querer da música e no livro, na página 190, onde diz “…ao receber o espancamento no rosto, para espanto da psiquiatria e psicologia, ele teve o autocontrole e disse: se fiz mal, relata o que fiz. Mas se fiz o bem, por que me feres?”.
Depende só de mim saber o que farei agora e amanhã – não responsabilizarei ninguém por minha culpa, não justificarei por ninguém minha fraqueza, chega do coitadismo. Serei, sim, autor de minha própria história e senhor do meu destino, pois continuarei ouvindo a cantiga onde “A palavra liga os olhos, liga o aceno, liga o adeus”.
Serei fortalecido no meu eu e enfrentarei os dias, com o propósito do bem, e nele seguirei passos firmes resolvidos de mim, onde prezarei em não ferir quem amo, ajudar sem humilhar, compartilhar sem sufocar e amando a vida mais forte do que foi ontem.
Dunga Jr
De um dia de domingo 23/04/23
É bem por aí! Para refletir e colocar em prática. O autoconhecimento é necessário para a nossa evolução, e transcende o igual, a mesmice… . Devemos está atentos aos sinais, e não deixar o joio que está entre o trigo dominar o que temos de mais sagrado que é a nossa fé de acreditar que podemos ser melhor a cada dia!
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