A situação de abandono do Parque Parahyba, no bairro do Bessa, em João Pessoa, é de doer na alma.
Não conhecia o logradouro, pessoalmente; só ouvia falar, e muito bem por sinal.
Incomodado com a fadiga da clausura imposta pela pandemia, neste domingo (20) fui até para esticar as pernas e ver um pedaço do mundo, cheio de receios, embora muito prevenido contra os riscos de ser contaminado pelo coronavírus.
Saí de lá com a triste sensação de que a Paraíba parece mesmo não ter jeito naquilo que depender do bom senso dos seus gestores, com as honrosas exceções.
Voltei tomado pela sensação de que estamos condenados a uma situação em que sai geração e entra geração, mas o nosso pobre Estado não consegue se desvencilhar da velha cultura do atraso no tocante à necessidade e ao dever imperioso de cuidar bem da coisa pública.
Uma cultura que junta os mais mesquinhos sentimentos, da vaidade à inveja, além de outros ingredientes que nutrem o espírito de porco: o de destruir ou desprezar as coisas públicas, independente de quanto tenha custado aos contribuintes, seja em recursos financeiro seja em sacrifícios.
Coisa do tipo: se não fui eu que fiz, também não ficará de pé para que seus realizadores não sejam lembrados.
O abandono
Não circulei por todo o parque. Mas, basta chegar e já se percebe como aquele excelente espaço público está totalmente entregue às baratas, ao desprezo total.
Aquilo é criminoso. E os responsáveis, sejam eles quais forem e de que lado estejam, merecem uma punição exemplar.
A quadra de esportes está totalmente dentro do mato; um córrego que corta logradouro, de um canto a outro, praticamente sumiu, entupido pelo matagal e por raízes que obstruem o fluxo da água; os equipamentos para exercícios físicos deteriorados, lixeiras destruídas, mato por tudo quando é canto, e gambiarras de tábuas amarradas a fios e barbantes.
Repercussão
De volta à minha principal atividade na pandemia (as mídias sociais), postei no Instagram, grupos de zap, Facebook etc, apenas um pouco do que vi, em formato de vídeos e fotos. A repercussão se espalha na velocidade de um rastilho de pólvora.
Não só se espalhou como propiciou aos seguidores mencionar vários outros casos de abandono do patrimônio público a situação do parque. Foram mencionados, entre outros, o Estádio da Graça, a Estação Ciência, a Praça da Paz.
O pior é que, nos desdobramentos dos comentários, vim a saber que, no dia anterior, um sábado, voluntários zelosos com o parque “guaribada” removendo os excessos.
Imagina, então, como estava antes de eu ir conhecer…
Por Wellington Farias
O pintor de asfalto só gosta de calçadas
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