MULHERES SEQUESTRADAS E ESTUPRADAS (MARCOS SOUTO MAIOR (*)

Parece-me que os integrantes da segurança pública nordestina, conseguem ao mesmo tempo: não ver, ouvir e trabalhar, que seria o menos a fazer, para excluir das ruas e logradouros, os bandidos covardes e violentos que ceifam as vítimas indefesas com sequestro seguido de estupro bárbaro.

Animadas pelos festejos juninos, as amigas Glória da Silva, de 42 anos e Caroline Figueira, com 31 anos de idade, a qual levara consigo seu bebê de menos de um ano de idade, decidiram se divertir normalmente em João Pessoa, capital paraibana, numa festa tradicional e pacífica de São João, em escolinha da criança, no bairro dos Bancários, de classe média.

Terminando a festança popular, por volta das 22 horas, estavam conversando paradas na porta da residência de Glória, quando foram abordadas por dois homens de moto, atropelando e amarrando as vítimas e o bebê, passando a conduzir o automóvel delas, para levá-las para uma área próxima da fábrica das montadoras Jeep e Fiat, cidade de Goiânia, Pernambuco.

A criancinha, de nove meses, filha da vítima Caroline, fora abandona na mata da Usina Santa Tereza, graças a Deus, tendo apenas picadas de insetos e arranhões no corpo. Enquanto as duas mulheres foram covarde e violentamente tiradas suas roupas, perto da BR-101 e imediatamente estupradas, em seguida, tentaram estrangula-las, com o próprio carro de uma delas, utilizando tecidos das roupas ensanguentadas, que não conseguiram enforcar.

Na sequência, os dois cafajestes entraram no carro de uma das violentadas e atropelaram-nas várias vezes! Lamentavelmente, tardiamente acudidas em hospitais pernambucanos, sendo que Glória da Silva faleceu por não suportar, tanto a violência sexual, como os traumas cometidos pelos covardes e criminosos no ato do atropelamento.

Sinceramente, a insegurança pública no meu país, não faz nenhum sinal, nem mesmo tênue de que os investimentos nos policiais tiveram melhoraras em seus salários, adquiriram novos veículos, modernos equipamentos e, finalmente, abrir novos e profundos estudos sobre a infernal estatística da segurança, atualmente fechada em cofre estatal e cadeados.

A ilusão que os governos estaduais e federal tentam encobrir seus respectivos números legais da crescente onda de criminalidade que assola toda a sociedade. Atualmente a população tem medo de sair nas ruas, crianças trancadas em verdadeiros presídios particulares (casas), sem poder brincar normalmente, diferentemente dos meus saudosos tempos dos anos sessenta de boa vizinhança entre famílias na paz. Brincadeiras de esconde-esconde, correr nas calçadas, rolar pião, bola de meia nas ruas e, soltar pipas coloridas, não mais seria prudente nos dias atuais, porque o apito do guarda uniformizado não mais faria qualquer medo aos bandidos de calças curtas.

Resta à sociedade ficar revoltada e indignada, cada vez mais sem o direito de poder ir e vir, as casas e apartamentos fecham suas janelas e portas, para conviver amarguradamente com a escalada de bandidagem sempre crescente e aparelhada para enfrentar a maioria do fraco calibre trinta e oito, das briosas polícias militares estaduais. Melhor seria, que a verba pública destinada à segurança de todos, não fossem desviadas para aplicar vultuosamente o que o orçamento público espelha sem limites, já que são gastos verbas do erário com festejos e obras de obras de pedra e cal.

O deboche a toda hora dos criminosos, rindo para desafiar que deveria garantir a ordem publica, causa desanimo a população, que não encontra guarida ou saída para minorar os choros das mulheres e famílias estupradas, pela ausência de esperança na melhora que nunca chega.

(*) Advogado e desembargador aposentado