Pular para o conteúdo

A VELHICE NÃO PEDE DESCULPAS (Prof. Marcos Bacalháo)

                                 

   “Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira

São fases da vida. O ser humano nasce,cresce, faz escolhas, é feliz, se frustra. Começa de novo. Tropeça, levanta, caminha mais um pouco, e o tempo vai passando. Com o passar do tempo, o vigor da juventude começa a dar espaço para o enfado dos dias já vividos. A alegria e agitação saem para a solidão tomar conta da cena. Só sobram as lembranças. E às vezes, nem elas. A velhice chega para todos. Mas para alguns, ou melhor, para muitos, ela vem marcada pela dor, pelo sofrimento e pela ingratidão.

            Para aqueles que sempre foram acostumados à agitação, aos afazeres, ao trabalho contínuo, lidar com as limitações da velhice é um grande problema, às vezes mais intenso que as próprias doenças trazidas pela nova fase da vida. A ansiedade e a depressão revelam outra faceta dessa fase da vida: os problemas emocionais.Ora vêm em conseqüência das dificuldades no corpo, ora as desenvolve.

            Nós idosos encontramos dificuldades de lidar com suas frustrações e tende sempre a cultuar o passado, tornando-se, muitas vezes, uma pessoa rancorosa e angustiada. A velhice é, e deveria ser considerada por todos, um tempo maravilhoso da vida. É parecido com o clássico entardecer do dia, quando as pessoas mais sensíveis param e se permitem curtir o espetáculo do pôr-do-sol, percebendo, mesmo sem entender, que há algo muito maior e mais importante do que a busca frenética e mesquinha pelo dinheiro, pela fama e pelo poder, a qual está empenhando o mundo.

            A velhice é o tempo da contemplação, da pausa, do descanso e da reflexão. É  ao entardecer que voltamos para casa e para nossa família, ansiosos para contar como foi o dia. É o momento mais oportuno para recobrarmos  nossas forças, renovarmos as esperanças (nossas e dos outros) e planejar o dia seguinte. Contudo está contido na velhice assim como nas atividades do entardecer, dois elementos fundamentais e imprescindíveis para o desfrute pleno de uma vida tida como digna: considerar-se produtivo e sentir-se amado. Daí a vital importância e incisiva influência do trabalho e dos relacionamentos em nossas vidas, cuja harmonia  espiritual dependem.

            Percebo que de todas as queixas dos idosos, as menos significativas pra eles são: A dor, a escassez financeira, as limitações físicas e as doenças. No entanto, o semblante desses guerreiros imbatíveis se desfalecem instantaneamente quando expressam sentimentos de menos valia, dizendo que  já “ não servem para mais nada” ou quando relatam abandono, quer seja pelos entes queridos ou por aquelas pessoas de quem se esperava alguma gratidão ou consideração nessa fase da vida.”

            O mais importante, ante essas situações, é perceber os valores pessoais, as experiências que adquiriu ao longo da vida e elaborar um “plano de ação” para esse tempo da vida. De qualquer forma, é necessário que haja incentivo e ações suficientes, poderosos para superar a auto-crítica depreciativa e sobrepujar as forças retardadoras para o desfrute de uma velhice feliz. Tenho dito….!

1 comentário em “A VELHICE NÃO PEDE DESCULPAS (Prof. Marcos Bacalháo)”

  1. Principalmente a falta de paciência, tem hora que parece que até nós mesmos somos demais. Incrível como é difícil lidar com essa fase da vida.

Não é possível comentar.