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Blog do Vavá da Luz

O CONFRADE RENA BEZERRA CANTA NOSSO SERTÃO EM PROSA E VERSO

FEIRA NO SERTÃO.

Quando é o dia de feira
Nas cidades do sertão
Pra vender tem rubacão
Buchada com macaxeira.
Tem bainha de peixeira
Tabaqueiro pra torrado
Mocinhas por todo lado
Com cheiro de tentação,
Arruda, manjericão
Para tirar mau olhado.

Duas horas da madrugada
Começa a arrumação
Vem caixão e vai caixão
Suspende os paus da latada.
E ela fica enfeitada
Sortida de tudo um pouco
Rapadura, mel e côco.
Caçuá, corda e gibão,
Canga, fueiro, mourão
Chibanca pra arrancar toco.

Tem pavio de candeeiro
Tem urupemba e cangalha.
Tem rede feita de malha
E meu Padim do Juazeiro.
Tem fruta soltando o cheiro
Sarapatel pra vender
Tem cachaça pra beber
E depois cuspir no chão,
Moído em pé de balcão
Que é bichinho pra render!

Tem alfenim e tem broa
Tem caldo e cana de fecho
E o velho e bom quebra queixo
Que é doce e ninguém enjoa.
Tem tapioca da boa
Tem o pastel na fritura
Manteiga da terra pura
E queijo tem a rojão,
Isso é feira do sertão
Símbolo da nossa cultura.

Tem bêbado puxando faca
Querendo briga no bar
Tem gente para acalmar
E outros de conduta fraca.
No fim desmonta a barraca
Pra dá o primeiro aviso
Só restou um bêbado liso
E o lixo cobrindo o chão,
Isso é feira no sertão
Nosso maior paraíso.

Poeta cordelista
Rena Bezerra

1 comentário em “O CONFRADE RENA BEZERRA CANTA NOSSO SERTÃO EM PROSA E VERSO”

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