Eu tinha dois passarinhos em cativeiro, um galo de campina que me foi dado como pagamento de uma dívida, e um coleira, ambos magníficos seresteiros, acordavam-me quando madrugada.e me faziam dormir após o almoço, ficavam engaiolados na parede acima de minha rede.
Certo dia, deitei-me na rede e comecei a observá-los a cantar incansavelmente, só então pude notar que os seus cânticos não eram de alegria e sim de desespero, apelação e em mente perguntei-lhes:
–
Amigos, porque é que cantam?
Será que é a solidão?
Ou será que pouco a pouco
Vocês se tornaram loucos
Nessa horrorosa prisão?
E em mente ouvi um deles me responder
Não é só a solidão
Na vida o que maldizemos
Sem voar, fico ocioso.
Prisão é pra criminoso
Que crime que cometemos?
Tive um sobressalto estranho e….
Saltei da rede, ligeiro.
Como se fosse espetado
Com uma faca que corta
Das grades, rompi a porta
E continuei deitado…
Nenhum dos dois saiu de imediato e continuaram a cantar E eu ouvi nos seus cantos
Cantamos pela tristeza
Cantamos ä solidão
Cantamos as avarezas
Cantamos a ingratidão
Quando em silencio profundo,
Não estamos com preguiça
Pensamos na injustiça
Que o homem faz nesse mundo
E continuou no meu pensamento
É por isso que cantamos
Pra sua atenção chamar
E graças ao Grande Deus
O senhor nos entendeu
Nos deixou livre a voar
(vavadaluz)
Parabéns !
Depois de ler um poema desses qualquer ser humano que tenha amor no coraçao, onde encontrar um passarinho preso em uma gaiola o libertará sem tutibear.
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