Crossover SUV cupê seria o sucessor dos sedãs num futuro próximo?
Renault, Fiat e outras marcas já trabalham em projetos que unem o melhor dos SUVs e dos carros de passeio. Quais são suas vantagens?
Quer saber que tendências bombarão nos carros do futuro? Fique de olho nas marcas premium. Como elas trabalham com modelos de menor volume de vendas, podem se dar ao luxo de testar certas ousadias, coisa mais difícil de se fazer entre marcas de perfil mais popular. Quer um exemplo? A Mercedes foi a primeira a apostar em um SUV de luxo no fim dos anos 90, com o Classe M. Não foi grande coisa em vendas, mas depois a BMW arrebentou com o X5, e o mercado nunca mais foi o mesmo. Agora, a onda são os mistos SUV cupê. Invenção da BMW em 2008, com o X6, e que depois ganhou irmãos menores, como o X4 e o X2.
O fato é que essa tendência começa a chegar a marcas mais generalistas. Esse movimento por dar origem a um poderoso subsegmento capaz de surfar na onda SUV. O raciocínio é que esses mistos SUV cupê tendem a atrair clientes que ainda não se decidiram a trocar um carro de passeio convencional por um utilitário esportivo . Por mais que tenham evoluído, os SUVs ainda têm um visual mais quadrado, um estilo pesadão e um aspecto mais rústico que não agrada a uma parcela dos consumidores.
Já os SUV cupês conseguem aliar algumas características valorizadas em SUVs e carros de passeio. Dos SUVs, herdam a robustez para enfrentar pisos mais acidentados e a maior altura do solo. Dos cupês, trazem um visual mais leve e esportivo, uma condução mais próxima ao de carros mais baixos e uma traseira saliente que pode ampliar a capacidade do porta-malas. Em tese, o melhor dos dois mundos.
A que se deve a utilidade de um SUV-cupê?
O que há por trás disso? Uma tentativa de oferecer uma alternativa a clientes que ainda preferem sedãs médios. Logo, se os SUVs praticamente mataram as peruas e hatches médios, esses modelos têm um forte potencial para atrair donos de sedãs mais sofisticados, ou mesmo os clientes órfãos de boas opções entre hatches médios e peruas. A exemplo do que ocorreu com os SUVs, eles nasceram grandalhões, mas estão ganhando versões cada vez mais compactas.
Pensa que eles são uma realidade longe do Brasil? Nada disso. A Renault já confirmou que produzirá no país o Arkana em 2020, um típico exemplar dessa nova estirpe. A marca francesa não se deu muito bem por aqui com os sedãs Mégane e Fluence, que perdeu feio para a dupla Toyota Corolla e Honda Civic. O crossover Arkana pode ser o pulo-do-gato para atingir esse segmento de carros acima de R$ 100 mil.
Daqui a uma semana, a Fiat mostrará um protótipo no Salão do Automóvel que trilha esse caminho. Um SUV cupê feito sobre a base da picape Toro, na verdade uma plataforma Jeep. A marca italiana desistiu há um tempo de brigar entre os hatches médios e sedãs médios, e já não tem mais o Freemont na linha, primo do Dodge Journey. Mas quer voltar a oferecer um modelo de maior valor agregado, que garanta boas margens de lucro. Esse conceito do Salão deixará claro como será o futuro Fiat topo de gama.
Também a Volkswagen deverá ter algo nesse sentido. Afinal, prometeu uma linha com mais três SUVs até 2022, após o lançamento do novo Tiguan e do T-Cross. Entre os outros três, provavelmente haverá um crossover com jeitão de cupê, para ocupar com mais chance de sucesso uma faixa de preço onde hoje estão Golf e Jetta. E assim será com várias outras marcas.
Por muitas décadas, uma plataforma compacta no Brasil dava origem a um hatch, um sedã, uma perua e uma picape. Hoje, o SUV entrou no lugar da perua. Mas as variações de carros crossovers — como o SUV cupê — poderão tirar do jogo, em alguns anos, os sedãs e talvez até os hatches. Tudo indica que restarão apenas três castas de carros na era da nova mobilidade: os hatches compactos (para compartilhamento e uso urbano), os veículos de trabalho (picapes e furgões, muitos deles elétricos e autônomos), e os veículos de uso próprio e mais versátil, preferencialmente SUVs, crossovers e demais variações. Alguém ainda duvida?
Fonte: Carros – iG /VAVADALUZ
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