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Blog do Vavá da Luz

Três grandes profissionais se juntaram para dar vez e voz às mulheres do setor do Turismo no Brasil (Alessandra Lontra )

Três grandes profissionais se juntaram para dar vez e voz às mulheres do setor do Turismo no Brasil

Ana Clévia Guerreiro, Mariana Aldrigui e Marianne Costa, idealizadora do “Mulheres do Turismo em Rede” – Foto: Divulgação

 

É inegável que houve avanços nas últimas décadas em relação à atuação das mulheres no mercado de trabalho. Inclusive, o assunto vem sendo falado com bastante frequência nos últimos tempos. Entretanto, mesmo com o visível aumento das mulheres no cenário trabalhista, ainda não podemos comemorar. Afinal de contas, as mulheres continuam enfrentando diversos preconceitos em todas as áreas. E no setor do Turismo não é diferente.

As posições mais altas ainda sofrem com a falta de equidade de gênero. A Organização Mundial do Turismo (OMT) mostra que do total de funções ocupadas pelas mulheres no setor, apesar de sermos maioria, apenas uma minoria está em posição estratégica ou de destaque. Grande parte ainda ocupa cargos mais baixos, com remuneração inferior e pouca visibilidade.

Um dos momentos que presenciei e que considero icônico em relação à desigualdade de gênero e a pouca valorização da mulher no setor do Turismo, foi na entrega do Prêmio Nacional do Turismo de 2018. Ao final do evento, o então ministro do Turismo, Vinícius Lummertz, fez uma homenagem às “personalidades” do Turismo que ele considerou terem contribuído com o Turismo ao longo desses anos. Nada contra os agraciados, mas para  surpresa de muitos, e em especial do público feminino presente, o palco ficou repleto de homens. Nenhuma mulher! Parece clichê e ultrapassado, mas não é. Onde estavam as mulheres nesse contexto? Será que não existe nenhuma mulher no Brasil que tenha contribuído significativamente para o desenvolvimento do Turismo no Brasil? E eu já ouso responder com muita segurança. Claro que tem! E muitas estavam lá na plateia do evento; mas, infelizmente, não foram “lembradas”!

Acontecimentos como esses, e o fato de o universo do setor do Turismo ser composto majoritariamente pela força do trabalho feminino, mas ainda marcado pela desigualdade de gênero, incomodaram Ana Clévia Guerreiro (Coordenadora de Turismo do Sebrae Nacional), Mariana Aldrigui (professora e pesquisadora na Universidade de São Paulo – USP) e Marianne Costa (empreendedora social na operadora e no Instituto Vivejar e presidente do Muda Coletivo Brasileiro pelo Turismo Responsável) que,  juntas, resolveram “virar a mesa” e dar vez e voz as mulheres que atuam no setor, e criaram o movimento “Mulheres do Turismo em Rede”.

A ideia surgiu há mais de um ano, a partir de um evento que reuniu mulheres do setor do Turismo, em São Paulo. Durante o evento, houve uma sinergia entre essas três profissionais do setor do Turismo que participavam do painel temático. Lá, elas identificaram o mesmo desconforto com a problemática da desigualdade de gênero no setor do Turismo e viram que, juntas, poderiam criar uma sororidade profissional, que significa união entre as mulheres, para que pudessem ajudar a construir um caminho de sucesso, com menos preconceito relacionado à questão de gênero.

E não pense que esse é um “movimento” de feministas raivosas, tipo haters, que odeiam todos do gênero masculino, que não é! O movimento de “Mulheres do Turismo em Rede“ busca a igualdade, o respeito, a equiparação salarial, a visibilidade e a oportunidade para mulheres em todas as esferas e ambientes do setor do Turismo.

Com a pandemia do novo coronavírus, que afetou significativamente o setor do Turismo, a necessidade de colocar o projeto em prática se fez latente, o que foi  feito imediatamente.

A partir de novas, conversas elas chegaram a um consenso de que antes de  qualquer ação, precisariam entender todo esse universo de mulheres que existe no setor do Turismo. E, assim, criaram um questionário on-line para identificar quem são essas mulheres, onde vivem, quantas são, o que pensam, qual o perfil socioeconômico, entre outros dados. Após coleta e análise de dados, é que poderão gerar um relatório e contribuir com os projetos que visem diminuir a desigualdade de gênero no setor do Turismo e que posam ser divulgados à imprensa e aos gestores públicos e privados.

Se você é mulher, trabalha no setor do Turismo e se identifica com esse movimento, responda aos questionários e faça parte dessa “Rede”:

Mulheres do Turismo em Rede – P 01

Mulheres do Turismo em Rede – P 02

Siga o instagram: @mulheresdoturismoemrede

E-mail: [email protected]

Por Alessandra Lontra