É xixi? Para ocorrer, precisa de penetração? Confira as respostas para estas e outras dúvidas a respeito do “fenômeno” da ejaculação feminina

Ainda hoje, o orgasmo feminino é cercado de mistérios. Enquanto para o homem costuma ser mais fácil “chegar lá”, muitas mulheres têm dificuldades, além de preferências muito diferentes umas das outras, o que gera alguns mitos a respeito da sexualidade feminina. Você sabia, por exemplo, que não conseguir gozar com penetração é absolutamente normal ? E que o clitóris é bem maior do que apenas aquele “botãozinho” visível ? E que, parecido com o que acontece com os homens, algumas mulheres ejaculam? Sim, é o chamado “squirt”.

Ao contrário do que muita gente pensa, o líquido expelido durante o 'squirt' não é xixi nem a lubrificação natural da mulher
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Ao contrário do que muita gente pensa, o líquido expelido durante o ‘squirt’ não é xixi nem a lubrificação natural da mulher

De acordo com a fisioterapeuta íntima e especialista em sexualidade Débora Padua, ainda não há um consenso sobre o “ squirt ” por parte da ciência, e isso faz com que tanto mulheres quanto homens tenham algumas ideias erradas sobre esse processo. Apesar de misterioso, é possível apontar alguns mitos, verdades e curiosidades a respeito do assunto; confira:

1. A ejaculação feminina é xixi

Mito! Muitas mulheres afirmam que, antes de expelir o líquido, sentem vontade de fazer xixi, e essa é realmente a impressão que dá para quem nunca teve contato com o assunto. Ainda assim, de acordo com Débora, estudos indicam que a substância em questão (bastante líquida e totalmente transparente) é diferente tanto da urina quanto da secreção que lubrifica o canal vaginal.

No entanto, é, sim, possível que, em vez de estar ejaculando, a mulher faça xixi devido à pressão na bexiga. Para tirar a dúvida, é preciso saber se a mulher tem algum nível de incontinência urinária (se deixa o xixi escapar quando espirra ou ri, por exemplo), além de esvaziar a bexiga antes do ato sexual, o que elimina a possibilidade de ela urinar nesse momento.

2. Todas as mulheres conseguem ejacular

Mito. Assim como nem todas conseguem chegar ao orgasmo com penetração, nem toda a mulher ejacula. Ainda assim, mesmo que ela tenha uma vida sexual ativa e nunca tenha experimentado um “squirt”, não há como dizer que isso nunca vai acontecer. Enquanto é fácil e corriqueiro para algumas mulheres, outras requerem um nível extremo de relaxamento ou estímulos muito específicos, como uma massagem tântrica, por exemplo.

3. Não é como mostrado na pornografia

Verdade! Por ser algo relativamente raro entre as mulheres, muitas pessoas só tomam contato com o “squirt” que é retratado em filmes pornográficos. No entanto, aqueles jatos que parecem literalmente sair de uma mangueira não existem na vida real. Segundo Débora, enquanto algumas mulheres produzem pouco dessa secreção misteriosa, outras chegam a fazer uma pequena poça na cama.

Outro aspecto que é diferente entre a ejaculação feminina na vida real e na pornografia é o de que, no universo fantasioso, as mulheres não precisam de muito estímulo para ejacular. Pois não espere que isso aconteça na vida real; se para ter um orgasmo sem ejaculação as mulheres costumam precisar de um conjunto de estímulos físicos, emocionais e de relaxamento, muitas precisam estar sentindo mais prazer ainda para ejacular.

4. Vem sempre junto do orgasmo

Mito. Assim como acontece com os homens, há a possibilidade de a mulher ejacular tanto antes quanto durante e após atingir o ápice do prazer durante a relação sexual.

5. Não ocorre só com o estímulo do ponto G

Verdade! Para algumas mulheres, a maneira mais fácil de ter um “ squirt ” é com a estimulação dessa região, que fica na parte frontal do canal vaginal e é caracterizada por um tecido mais rugoso e esponjoso que o restante da vagina. No entanto, esta não é a única forma; há mulheres que ejaculam após a estimulação do clitóris, área com mais terminações nervosas que o ponto G. De acordo com mulheres que costumam passar por essa experiência , o segredo é conhecer bem o próprio corpo, as áreas em que o toque provoca prazer e relaxar o máximo possível.