Descubra as causas mais comuns para as dores na hora do sexo e saiba o que fazer para acabar com elas
Ao contrário do que se pensa, não é para todas as mulheres que o sexo está ligado ao prazer. De acordo com estudo feito pelo ProSex, projeto ligado ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), 21% das mulheres sexualmente ativas sentem dor durante a relação sexual.
Segundo a ginecologista Fernanda Abreu, dificilmente a paciente menciona na consulta que sente algum incomodo ou dor durante o sexo. É normal chegar a esse diagnóstico, mas só depois que faço várias perguntas, diz ela. O quesito da dor aparece ligado a outras reclamações como corrimento ou falta de libido.
A dor durante o ato sexual pode ser causada por fatores psicológicos. Nesses casos, o tratamento deve ser feito com um especialista em sexologia. Pode-se recorrer a terapias feitas em casal ou ainda ao uso de dilatadores vaginais, que propiciam exercícios sexuais capazes de minimizar o trauma.
Porém, os fatores mais recorrentes são os de origem orgânica: infecções genitais, endometriose e DST´s. Outro motivo bastante freqüente é o uso prolongado de alguns anticoncepcionais que interferem na lubrificação vaginal e baixam a libido. Há ainda casos de processos infecciosos, com ou sem secreção, que provocam uma dispareunia (transtorno sexual caracterizado por dor sentida na região genital durante ou depois do ato sexual) profunda, também conseqüência de feridas no colo uterino, acrescenta a Dra. Denise Coimbra, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana.
Ao menor desconforto na hora do sexo, a melhor opção é marcar uma consulta com seu ginecologista para que ele diagnostique seu quadro e indique a melhor forma de curá-lo. Porém, separamos algumas causas mais recorrentes da dispareunia e os tratamentos mais indicados para você se informar.
Infecções pélvicas
São doenças na mucosa que reveste o interior da vagina e podem provocar ardor, coceira e dor. Algumas DSTs apresentam a característica, como a candidíase, vaginose bacteriana e clamídia, mas as infecções também podem ser originárias de infecções das vias urinárias, como cistite.
No caso da cistite, a doença deve ser tratada com antibióticos e antissépticos urinários. Durante o tratamento, deve-se evitar as relações. Já a candidíase causa um processo inflamatório local, com edema e forte ressecamento vaginal, e deve ser tratado conjuntamente com o parceiro por período de tratamento e de abstenção sexual, explica a Dra. Denise.
A qualquer sinal de ardência ou coceira procure ter abstenção sexual. Se houver relação, use preservativo sempre para evitar a contaminação do parceiro. Manter o PH vaginal básico através da higiene adequada, dormir sem calcinha e nunca usar protetor diário são boas dicas para evitar essas infecções.
Falta de lubrificação
A lubrificação é um processo natural do corpo feminino quando a mulher está excitada. Nessa fase, acontece um aumento da concentração de sangue na vagina, o que estimula a secreção de muco através das glândulas do colo cervical e da mucosa vaginal e que ajudam na penetração.
Entretanto, distúrbios hormonais podem diminuir a capacidade de lubrificação e o atrito entre o pênis e a vagina provocará dores para a mulher. Uma dica é usar lubrificantes vaginais. Existem alguns produtos no mercado ¿ inclusive com cheiro e sabor, que podem até apimentar a relação na hora do sexo.
Outra opção é fazer a reposição hormonal quando o fator de origem for a menopausa. E, em outras situações de caráter psicológico, o ginecologista pode sugerir ajuda terapêutica: essa é a melhor indicação quando a falta de lubrificação estiver ligada a problemas com a libido.
Endometriose
Uma das principais causas de infertilidade feminina, a doença caracteriza-se pela presença do endométrio ¿ uma mucosa que reveste o útero e mensalmente descama quando a mulher menstrua ¿ fora do útero, nos ovários, no colo do útero ou na região das trompas, configurando a chamada endometriose externa.
Nesses locais ocorre um processo inflamatório, que deixa e região fibrosa e dolorida. É por isso que a mulher com endometriose sente dor quando o pênis entra em contato com as partes mais profundas da vagina.
O tratamento da endometriose é feito a partir da videolaparoscopia, técnica cirúrgica que utiliza uma pequena câmera de vídeo e gás carbônico para auxiliar na cirurgia. Pode-se ainda manter controle sobre a progressão da doença através do uso de implantes que suspendam a menstruação, explica a Dra. Denise.
Relaxe!
A musculatura responsável pela contração e descontração da vagina é o períneo. Se ele for contraído exageradamente, a entrada e movimentação do pênis são praticamente impossíveis, causando dor e constrangimento pra mulher. Esse quadro é chamado de vaginismo e o problema decorre, na maioria das vezes, de um distúrbio emocional, que leva muitas mulheres a um grau de tensão crônica.
Nesse caso, a função do ginecologista perde o sentido e o melhor especialista para atender a paciente é um psicólogo, que irá descobrir a origem desse trauma e tratá-lo de forma assertiva.
iG