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VOU VOLTAR, DIZ WILSON SANTIAGO AO SE DESPEDIR DO SENADO

Ainda em exercício, o senador Wilson Santiago fez seu último discurso no Senado na tarde desta segunda-feira. Diante da certeza da posse de Cássio Cunha Lima, marcada pra terça-feira, Santiago fez o que se deve fazer ao encerrar uma etapa da vida: se despediu.
Ao jogar a toalha, no entanto, deixou no ar a promessa de que voltaria ao Senado. “Confio na Justiça Brasileira e nos princípios da moralidade que regem esse país”, disse Santiago, que reafirmou confiança nas ações judiciais e nos recursos que impetrou para manter-se no mandato.
No discurso, além de fazer uma prestação de contas de sua passagem pelo Senado, Santiago aproveitou para criticar os fundamentos jurídicos que permitiram a posse de Cássio.
O portal Paraíba.com.br destacou que, Segundo Santiago, em 2010 todos os candidatos concorreram por uma eleição limpa, com o jogo colocado com cinco candidatos. “Os demais estavam fora, como já havia se posicionado o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o TSE. De repente, mais de um ano depois, quase um ano e seis meses depois, o Supremo toma uma decisão retroagindo àquela decisão, causando efeitos que de fato não só destroem uma perspectiva e um trabalhado construtivo em favor da população do nosso estado como também do Brasil. Mas vamos em frente. Temos que ter a capacidade de enfrentar os obstáculos. O nosso objetivo principal é continuar”, pontuou.
Por todo esse tempo, foi tratado como “vilão” do processo. E de maneira errada. Analisando de forma fria, Santiago é tão vítima quanto Cássio de um sistema jurídico e legal eleitoral que beira a anarquia neste Brasil.
Excetuando supostas insinuações de lobby junto à Justiça, Santiago não fez nada de errado contra Cássio desde que se candidatou a senador. Foi a bagunça na legislação eleitoral que deixou Cássio fora do Senado, apesar dele ter sido o mais votado.
Santiago apenas se beneficiou disso durante todo esse tempo.
O Brasil não pode mais conviver com candidatos empossados, mas não eleitos. E eleitos, mas não empossados. A legislação eleitoral deveria impor uma regra básica: analisar os registros de elegibilidade antes do início do pleito e não durante ou depois.
Foi por causa dessa bagunça que Santiago foi obrigado a se despedir hoje de algo que ele, se não houvesse a confusão legal reinante no Brasil, nunca teria.
Luís Tôrres