Um domingo de Carnaval
… “Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano,
Foi no carnaval que passou,
Eu sou aquele Pierrot,
Que te abraçou,
E te beijou, meu amor,…”
E, durante esse ano passado, como foram as idas e vindas, quantos sonhos repensados e ressignificados?
Eis aqui nós, no mesmo Carnaval, onde a vida tem sido o bloco maior.
Será que as cores da serpentina, atiradas na esperança de um encontro, agora não seriam o que posso te relembrar?
Na marcha regresso, o bloco não pode deixar de desfilar, pois a saudade que me invade, também me projeta ao Carnaval que virá.
Guerra a guerra, que muitos insistem em acionar, por ganância e mero prazer de uma humanidade cheia de interesses e ideologias extremistas, de ódio e rancor da vida.
Varre, varre vassourinhas, chuva de frevo e sombrinhas, lavem as ruas do bem, com a paz do clarim, que toca alto na praça vazia.
Na mesma máscara negra que esconde teu rosto,
eu quero matar a saudade.
…”Vou beijar-te agora,
Não me leve a mal,
Hoje é carnaval!…”
E, assim, segue essa tal humanidade, sem o bloco das flores, mesmo restando o bloco da saudade, esta que ninguém me impedirá de sentir ou expressar, e, por mais máscaras que houver, sempre resistirá como reflexão a capacidade de ressurgir, para uma era em que a paz possa vencer a guerra, e viver tudo para poder festejar.
Dunga Jr
De um dia de domingo. 27/02/2022