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TÔ ME MUDANDO : Agora é oficial, no Rio, falta homem e sobra mulher

Rio – Hoje, somos 190.755.799 brasileiros e brasileiras, habitantes de um país que tem mais mulheres do que homens. O Estado do Rio é o campeão da diferença, com uma relação de apenas 91,2 homens para cada 100 mulheres. Também somos uma nação onde, pela primeira vez, foi contabilizado estatisticamente, para efeitos de Censo, o número de pessoas que admitem ter cônjuge do mesmo sexo, formando 60.002 casais homossexuais.

Foto: Arte / O Dia

A Região Sudeste concentra mais da metade dos registros, e 10.170 deles estão em território fluminense.  Esses números estão entre os primeiros resultados consolidados do 12º Recenseamento Geral do Brasil, o Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que levantou as informações em 67,5 milhões de domicílios em cada um dos 5.565 municípios brasileiros.

“Nascem mais homens. Mas, como a mortalidade dos homens é superior à feminina, há mais mulheres. No Rio, esse diferencial se acentua em função dos óbitos violentos, que atingem, principalmente, a população pobre e masculina”, analisa Fernando Albuquerque, coordenador da pesquisa.

Ainda segundo o Censo 2010, nos últimos 10 anos o País registrou crescimento populacional de 1,17% ao ano — há hoje 21 milhões de pessoas a mais do que em 2000. Mas segue uma tendência de envelhecimento: ano passado, foram contabilizados 13,8 milhões de crianças com idades até quatro anos e 14 milhões de pessoas com mais de 65 anos.

O IBGE registrou dados sobre as condições de vida da população — apenas 55,45% dos lares têm saneamento e há 14,6 milhões de analfabetos — e esbarrou num dado alarmante: 132.033 domicílios brasileiros são chefiados por crianças com idades entre 10 e 14 anos. No Estado do Rio, são 12.272.

“Proporcionalmente ao total de domicílios, esse número (132 mil) não é muito expressivo. Entretanto, reflete outra realidade no País. É mais uma evidência da existência do trabalho infantil e que, em muitas famílias, é a principal fonte de renda”, avaliou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

O Rio de Janeiro também aparece em destaque quando o assunto é urbanização. O estado é a unidade da federação que mais tem habitantes na área urbana, 96,7%. Mas a capital registra um dado surpreendente: no ranking das Regiões Administrativas, a Rocinha ficou em segundo lugar em crescimento populacional, passando de 56.338 para 69.356 habitantes. É um aumento de 23,11%, quase três vezes mais do que o município.