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Blog do Vavá da Luz

TIÃO LUCENA EM : Que bom seria, (e coimo diz o matuto, ai se sêsse)

Seria bom que neste natal os nossos políticos fizessem uma confissão a Jesus Cristo, contassem seus pecados e jurassem nunca mais escapulir da linha até que a morte os levassem para o inferno. Eu disse seria bom, e empreguei o verbo no tempo certo, porque o seria, em se tratando dos nossos queridos representantes, jamais será.

Seria ótimo se no nosso país aqueles que pregam a verdade e lutam por justiça não fossem tratados como marginais. Mas isso é utopia natalina, coisa de sonhos que jamais se tornarão realidade. A ministra Eliana Calmon, por exemplo, é alvo da investida de associações de magistrados, somente porque buscou a verdade, quis ser verdadeira. E nesse país o corporativismo se sobrepõe à honra.

Dentro de minutos, homens e mulheres bem postos sentarão ao redor da mesa para a ceia de natal. Perus e outros bichos de pena serão degustados, champanhes pipocarão aplaudindo a chegada do Menino Deus, enquanto na casinha sem luz e sem piso lá do morro do Mateus alguém levanta a tampa da panela para ver se existe alguma sobra que lhe mate a fome.

Esse é o Brasil, o país onde vivemos, pelo qual choramos, pelo qual morremos. Um país desigual, comandado por uma minoria privilegiada que fica cada dia mais poderosa explorando a grande maioria sem qualificação e sem sorte.

Neste natal, tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes. Uns poucos festejando, muitos chorando de fome, ladrões sendo condecorados e quem prima por ser honesto ameaçado de cadeia.

Mas o que fazer se neste país Papai Noel vale mais do que Jesus Cristo?