Está certo, o prefeito Luciano Agra guarda mágoas no coração, foi humilhado, espezinhado, esnobado e rejeitado pelo PSB, mas daí a se juntar aos que, até bem pouco tempo, mereciam a sua repulsa, vai um caminho muito grande
.Como justificar Agra abraçado a Cícero Lucena? O senador tucano foi prefeito antes dele e de Ricardo. Tanto Ricardo quanto Agra diziam cobras e largatos da administração de Cícero. Foi, não foi, invocavam a prisão do senador como mancha a envergonhar a Prefeitura de João Pessoa.
E Zé? Na eleição passada, Zé foi chamado de visionário pelo próprio Agra por causa daquela alça que ligava a Beira Rio à Rui Carneiro. Segundo Agra, aquilo não dava jeito ao tráfego, era apelo eleitoreiro, etc e coisa e tal. Como, então, justificar uma aliança de Agra, um planejador nato, com um improvisador juramentado?
Resta Luciano Cartaxo, que nem fede, nem cheira. E Nonato Bandeira, um amigo de fé, irmão camarada, parido no Coletivo de Ricardo Coutinho no mesmo parto que trouxe Agra ao mundo.
Taí uma vereda tropical pela qual o prefeito poderá enveredar. E não acho que alguém tenha o topete de chama-lo de traidor, pois não se trai membros de uma mesma família.
Mas se Agra resolver se enquadrar e apoiar Estelizabel, ninguém vai censura-lo. Ele estará apenas exibindo a grandeza do seu caráter, o coração sem rancor que carrega no peito e o total desprendimento de alguém capaz de dar o perdão em troca das ingratidões sofridas.
Não custa nada pensar nisso.
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