Pular para o conteúdo

TIÃO LUCENA EM : O Cuiá de Luciano

Cícero Leite, o comendador, era dono do Cuiá, bela fazenda rodeada de matas e com um açude no meio. Os sucessores de Cícero Leite, após sua morte, pegaram seus quinhões e venderam. Nada mais justo. A cidade precisa crescer e perder a velha cara de cidade verde.

Nasceu o Valentina, antes dele o Geisel, o Cuiá no meio esperando a chegada dos novos moradores, que não tardaram. Quem andou por ali há dez anos e anda agora vê a diferença. É casa por toda parte e mais casa sendo construída. A febre da construção civil na Paraíba virou epidemia. O metro quadrado em João Pessoa é uma aberração. Quem comprava um apartamento de quarto e sala na praia por 35 mil reais 10 anos atrás, agora só compra uma choupana sem cagador no Grotão.

Quem vai a Jacumã pela PB-008, sente um arrepio ao ver a paisagem depois do trevo de Mussumago. Não tem mais mato, só casa, casarões, prédios, tudo invadindo a colina que antes deleitava nossos olhos com paisagens de por do sol.

Sobrou a mata do Cuiá, a que se avista bem melhor se espiada da varanda do Gaúcho, aquele embromador de putas que se situou entre Geisel e Valentina para comercializar chibius. Uma vasta mata que vivia constantemente ameaçada pelo machado desbravador dos especuladores imobiliários.

Aí apareceu o arquiteto Luciano Agra, comprou a mata, transformou tudo num parque, perpetuou a vida das árvores, deu mais gás aos pulmões da população e, em vez de agradecimento, recebe bordoadas dos insatisfeitos.

Vá em frente, prefeito. Os que amam a natureza, precisam de ar para respirar e desejam um futuro menos ruim para os filhos aprovam o seu gesto.  

 

Comente esta postagem

Não é possível comentar.