O Tribunal de Contas do Estado deixou-me numa sinuca de bico. Passei um ano escutando as autoridades econômicas do Governo dizendo que o ex-governador Zé Maranhão estourou a lei de responsabilidade fiscal, entregando o estado a Ricardo Coutinho com 58 por cento da receita comprometida com a folha de pagamento de pessoal. Agora o TCE aprova as contas de Zé e eu pergunto: Quem está mentindo?
Porque se Zé descumpriu a lei, não poderia ter as contas aprovadas. Se o TCE aprovou o que Zé fez, então o pessoal de Ricardo mentiu. E se o pessoal de Ricardo falou a verdade, o Tribunal de Contas não passa de um Tribunal faz de conta.
Claro que o placar foi apertado. Três a dois não é um jogo de goleada. Porém o que importa é o resultado. E o resultado foi a vitória de Zé sobre as denúncias de Ricardo Coutinho.
Se bem que esse Tribunal de Contas tem se notabilizado pela presteza com que condena prefeitos de Coxixola e absolve administradores graúdos.
Um órgão eminentemente político, que navega de acordo com a maré, o TCE deveria ser fechado para balanço. Não passa de um cabide de emprego para figurões que, no limiar dos anos, arrumam um bico para garantir-lhes uma aposentadoria gorda. Beleza de Creuza, coisa de privilegiados, negócio da China, presente do céu.
Tomara que não me sobre um processo (mais um) pelo expressar do pensamento. Mas é isso que eu penso e o que pensa uma ruma de paraibanos. Não há como acreditar numa Corte política, nomeada por políticos, com a missão de julgar as contas dos políticos. Não existe notícia de concurso público para nomeação de Conselheiro do TCE. E os que lá estão entendem de saúde, de política, de administração, mas de finanças são mais lerdos do que os lerdos estudantes do Mobral.
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