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TIÃO LUCENA EM : Apartando os Cacos

Burity costumava lembrar que o único governador que não brigou com o antecessor foi Tomé de Sousa, por ter sido o primeiro. Os seus sucessores, porém, sempre brigaram. E como brigaram!

Aqui na Paraíba,  

 até onde me lembro, João Pessoa brigou com João Suassuna. E foi porque, ao assumir, fez um discurso botando o homem do céu pra cima.

Ao longo dos anos,brigas se sucederam. Desde que aqui cheguei, em 1975, não vi um antecessor em paz com o sucessor. João Agripino se mordeu com Ernani Sátyro, que indicou Ivan e brigou com ele. Tanto brigou que se tornou candidato a senador indireto na chapa de Antonio Mariz naquele pleito memorável do colégio eleitoral. Não sei se Ivan brigou com Burity, mas sei que Burity brigou com Braga, seu sucessor em 82. Braga perseguiu tanto o parente Burity que, no ápice da perseguição, mandou despejar Giselda Navarro do Espaço Cultural.

 

Burity voltou em 86 e passou quatro anos falando mal de Braga. Depois entrou Ronaldo Cunha Lima, que não só falou do antecessor como meteu-lhe bala na cara. Entrou Antonio Mariz, sem tempo para brigar por estar doente, mas o sucessor de Mariz, Zé Maranhão, brigou com Ronaldo a partir daquela dedada que levou no Campestre Clube. Entrou Cássio em 2003 e botou os cachorros em cima de Maranhão. Maranhão voltou na metade do segundo mandato de Cássio para passar um ano e oito meses falando mal dele. Aí veio Ricardo para falar mal de Zé.

Se pode haver briga de Ricardo com Cássio? Claro que pode. É a tradição. Ninguém gosta de sombra incomodativa. E Cássio é a sombra de Ricardo. E vice-versa.

Pode até não ser agora, os dois poderão continuar unidos num casamento de conveniência. Mas terminarão brigando. Brigando e se apartando. Duas estrelas com brilhos iguais não podem conviver na mesma constelação.

O tempo dirá se estou certou ou errado.

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